Por Gabriel Caldeira e André Marinho – O petróleo fechou em queda nesta terça-feira, pressionado pelo fortalecimento do dólar no exterior. O mercado também atentou para novas preocupações com a covid-19 na China e o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Além disso, supostas discussões acerca de um imposto sobre lucros excessivos de petroleiras nos EUA ajudaram a reduzir o ímpeto dos contratos perto do fim da sessão.
Leia também
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para julho recuou 1,65% (US$ 2,00), a US$ 118,93, enquanto o do Brent para o mês seguinte caiu 0,90% (US$ 1,10) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 121,17.
O ativo energético chegou a subir cerca de 2% durante a manhã, depois que a Opep divulgou o relatório mensal. O cartel deixou inalterada a previsão de aumento na demanda global por petróleo em 2022, em 3,36 milhões de barris por dia (bpd), bem como a de oferta fora do grupo, em 600 mil bpd. As cotações de petróleo foram sustentadas também pela crise política na Líbia, que já levou a uma queda na produção do país.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Os ganhos, no entanto, arrefeceram à medida que o dólar se fortaleceu ante rivais. Cotada na divisa americana, a commodity encarece, nesse cenário, e tende a ficar menos atraente a investidores que negociam com outras moeda.
À tarde, a Bloomberg informou que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, considera impor um imposto sobre lucros excessivos de petroleiras, segundo afirmou o vice-diretor do Conselho Nacional de Economia, Bharat Ramamurti. A notícia ajudou a impor pressão sobre o petróleo. A Casa Branca confirmou que Biden visitará a Arábia Saudita no mês que vem, com objetivo de pressionar o país a ampliar a produção da commodity.
Outro fator que pesa sobre o sentimento é a incerteza em relação à postura da China no combate ao coronavírus. A capital Pequim registrou o maior número de casos em três semanas hoje, o que reacende temores de novas restrições à mobilidade.