O petróleo fechou em alta, com o WTI avançando mais de 2% na volta do pregão eletrônico durante feriado dos Estados Unidos. Investidores acompanharam notícias sobre o seminário da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), no qual o cartel reafirmou seu compromisso em apoiar o mercado de energia, e a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).
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O contrato do WTI para agosto fechou em alta de 2,87% (US$ 2,00), a US$ 71,79 o barril, retomando negociações no mercado físico da New York Mercantile Exchange (Nymex), após operar somente no pregão eletrônico ontem.Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para setembro fechou em alta de 0,52% (US$ 0,40), a US$ 76,65 o barril.
Os contratos mais líquidos do petróleo iniciaram o pregão mistos, com o Brent em baixa na esteira do enfraquecimento nas leituras de índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da China. Porém, o Brent se recuperou ao longo da manhã e fortaleceu ganhos em meio a notícias do seminário da Opep.
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No evento, o príncipe Abdulaziz bin Salman, ministro da Energia saudita, afirmou que a cooperação petrolífera entre Rússia e Arábia Saudita ainda é forte como parte da aliança Opep+ e que o cartel fará “o que for necessário” para apoiar o mercado de energia. Salmon ainda destacou que os cortes voluntários prometidos pela Rússia foram cumpridos. “Trabalhamos com sete entidades independentes para revisar os números da Rússia e eles apoiaram a revisão. É um corte voluntário; não era obrigatório, o que mostra o comprometimento deles”, disse o ministro, rebatendo ao que classificou de “críticas cínicas” sobre a parceria entre ambos.
Horas depois, a Opep publicou um comunicado agradecendo aos cortes voluntários da Rússia, da Arábia Saudita e da Algéria em sua produção de petróleo.
Secretário-geral da Opep, Haitham Al-Ghais anunciou que Azerbaijão, Malásia, Brunei e México foram consultados para se juntar ao cartel, ressaltando que a organização não pretende se juntar a um número específico de países e sim fortalecer a coesão com aqueles que têm os mesmos objetivos estratégicos de preservar e estabilizar o mercado de petróleo.
Ainda no radar, o CEO da petroleira Saudi Aramco, Amin Nasser, afirmou estar “confiante para o futuro” em relação à demanda por petróleo e relatou que a empresa está fazendo investimentos maiores, entre US$ 45 bilhões a US$ 55 bilhões em 2023, otimista sobre eventual melhora da China e da economia global.
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Analista da Oanda, Craig Erlam observa que, apesar da alta na sessão de hoje, os preços continuam dentro do mesmo intervalo apresentado nos últimos dois meses e que outra falha em quebrar esta marca até o final da semana pode sugerir que investidores estão minizando os efeitos de anúncios da Opep+ e aliados.
No final do pregão, investidores também acompanharam publicação da ata do Fed, que reforçou o compromisso dos dirigentes em combater a inflação no país e revelou que a maioria dos membros projeta novas altas dos juros ainda em 2023. O documento, porém, não provocou reação nos preços do óleo.
Em relatório, a Rystad Energy avalia que reclamações sobre “subinvestimento crônico” na indústria global de gás e petróleo são exagerados. Segundo a análise, a queda nos investimentos desde 2014 não tem afetado o desempenho do setor, com ganhos em eficiência e produtividade, além de melhora no portfólio de estratégias. “Em outras palavras: a indústria pode fazer o mesmo que antes, mas com um custo muito menor. Embora os investimentos tenham diminuído, a atividade e a produção continuam saudáveis e em linha com os níveis de 2010 a 2014”, pontua a Rystad.