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Petróleo fecha em queda após sinais de desaceleração da demanda global

PMI da Europa e dos EUA reforçaram temor de abrandamento da commodity

Petróleo fecha em queda após sinais de desaceleração da demanda global
Petrobras (PETR4) e Shell (RDSA34) podem explorar gás na Colômbia. (Foto: Envato Elements)

O petróleo fechou em queda nesta quarta-feira (23) pela terceira sessão consecutiva. A commodity se desvaloriza diante de renovado sinais de arrefecimento da demanda global, após leituras de índices de gerentes de compras (PMIs) da Europa e dos Estados Unidos mostrarem desaceleração. As perdas foram limitadas, no entanto, por dado que indicou queda nos estoques americanos do óleo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 0,94% (-US$ 0,74), a US$ 78,89 o barril. O petróleo Brent para o mesmo vencimento, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 0,97% (-US$ 0,82), a US$ 83,21 o barril.

Os PMIs compostos dos Estados Unidos, da zona do euro, do Reino Unido e da Alemanha, medidos pela S&P Global e parceiros, recuaram na mais recente leitura preliminar, pesando sobre o mercado de petróleo. “O forte abrandamento refletido nos PMI de hoje é mais uma indicação de que os recentes aumentos das taxas de juros estão agora a começar a fazer efeito”, disse o analista-chefe de Mercados da CMC Markets, Michael Hewson, ao comentar a cotação da commodity.

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Ao mesmo tempo, a imprensa repercutiu notícias que sugerem aumento na oferta global: a Irna reportou que o volume de produção de petróleo do Irã aumentará 100 mil barris por dia até o fim de setembro, e a Anadolu informou, citando o governo do Iraque, que as exportações de petróleo através do oleoduto de Ceyhan na Turquia serão retomadas.

Mas a publicação pelo Departamento de Energia americano (DoE, na sigla em inglês) de números de estoques nos EUA no início da tarde freou a queda dos preços. O país sofreu baixa maior que o esperado nos inventários, reforçando o que já indicava o dado do API divulgado ontem após o fechamento do mercado. “Este foi um relatório do DoE em grande parte otimista (bullish), que ajudou a neutralizar os péssimos dados globais do PMI do início da manhã”, afirmou o analista da Oanda Edward Moya.

O especialista acredita que o mercado de petróleo continuará apertado no curto prazo. “A menos que observemos um abrandamento prolongado na procura, os preços do petróleo provavelmente encontrarão um lar acima do nível de $80”, acrescentou.

Na noite de ontem, dois navios-tanques colidiram no Canal de Suez, no Egito – um carregando produtos de petróleo e o outro, gás natural liquefeito (GNL). O tráfego marítimo na região já está normalizado, segundo fontes da Al Jazeera.