O Banco Safra avalia, após reunião com a diretora de Relações com Investidores (RI) da Suzano (SUZB3), Camila Nogueira, e a gerente de RI, Mariana Dutra, que está com a confiança renovada na disciplina financeira da Suzano e no compromisso em manter seu grau de investimento.
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Em relatório, os analistas Ricardo Monegaglia e Conrado Vegner destacam que, embora a empresa não tenha a intenção de ter uma alavancagem acima de um múltiplo de 3,5 vezes, ela considera que estes níveis poderiam ser gerenciáveis temporariamente, como aconteceu no passado. “Considerando a redução sequencial nos desembolsos de capex do Cerrado, acreditamos que a Suzano possa estar próxima a um pico de alavancagem e deve reduzi-la gradualmente com a entrada em operação do projeto”, resumem.
Na reunião, foi discutido ainda um eventual acordo com a International Paper (IP). A Suzano já tinha confirmado o interesse nos ativos, embora não tenha detalhado termos sobre um possível negócio.
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Para o Safra, o interesse da empresa surge de uma oportunidade de aumentar a participação de celulose branqueada de fibra curta (BHKP) no consumo de fibras da IP, o que, segundo o banco, pode exigir capex adicional. “Inicialmente, não achamos que a substituição de fibra por fibra imaginada pela Suzano viria do papel reciclado”, apontam.
O banco avalia que a perspectiva do mercado de celulose indica que, após recentes aumentos de preços, o preço de BHKP pela Suzano deve atingir US$ 770 por tonelada na China e US$ 1.500 por tonelada na Europa.
O Safra aponta que este provavelmente será o último aumento de preços de BHKP na China no atual ciclo de alta, enquanto os preços líquidos de BHKP na Europa devem ser US$ 100 por tonelada acima da China após esses aumentos. Para o segundo semestre, espera-se que os preços comecem a diminuir gradualmente com a entrada da capacidade do projeto Cerrado.
O projeto está perto de iniciar nas próximas semanas, com mais de 94% das obras concluídas até o final de abril. A capacidade de produção da Suzano deve crescer em 20% e os resultados devem aparecer no final de 2024. Além disso, a empresa espera investir R$ 2,2 bilhões em Cerrado entre o segundo e o quarto trimestre deste ano e R$ 900 milhões em 2025.
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A casa manteve a recomendação outperform (o equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 70. Considerando o fechamento da última sexta-feira (7), o potencial de valorização é de 43%.