O Safra reiterou a recomendação ‘outperform’ (equivalente à compra) para as ações da Vale (VALE3) em decorrência da alta do fluxo de caixa descontado (DCF) e das perspectivas de curto prazo para os preços do minério de ferro. O preço-alvo foi corrigido de R$ 91 para R$ 90,5 para a ação ordinária, e de US$ 17 para US$ 18,1 para American Depositary Receipt (ADR), o que significa um potencial de alta de 21,5% e 19,2% em relação ao fechamento da última quarta-feira (20), respectivamente.
Leia também
O banco avalia que os preços do minério de ferro melhorarão dos níveis spot de perto de US$ 135 a tonelada, atingindo um pico de US$ 145 por tonelada no primeiro trimestre de 2024. Adicionalmente, espera aumento atraente de 21% no DCF. As estimativas já refletem as novas metas de médio prazo da Vale para a produção e custo total de seus segmentos.
O analista Ricardo Monegaglia considera que a Vale está sendo negociada em múltiplos abaixo do que considera justo, de 4,2 vezes a relação valor da empresa pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o Ebitda, (EV/Ebitda) para 2024 e 4,8 vezes para 2025, ante a média histórica de 4,8 vezes.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Também com relação a outras metodologias de valuation, a Vale parece mais barata, como o preço médio de minério de ferro implícito, que é de US$ 116 por tonelada para 2024, ante a previsão do Safra de US$ 119 por tonelada. Já o preço de US$ 105 por tonelada para 2025 está um pouco acima da previsão de US$ 101 por tonelada do Safra, assumindo uma hipótese justa de EV/Ebitda de 4,5 vezes.
O novo Ebitda projetado pelo Safra para a Vale, após os novos guidances divulgados, é de US$ 18,6 bilhões para 2024 e US$ 15,6 bilhões para 2026. “Para 2024, as metas da empresa para produção, prêmios de qualidade, C1 e custos totais estão relativamente alinhadas com as de 2023 para minério de ferro e níquel, e piores para o cobre. Para 2026, notamos que as novas metas foram mais fracas do que as previsões anteriores para o níquel e o cobre, e acreditamos que o consenso ainda precisa ser alcançado”, escreve o analista.
O Safra também revisou as estimativas de preço médio de minério de ferro para US$ 119 por tonelada para 2024 (contra US$ 95 por tonelada anteriormente) e US$ 101 por tonelada para 2025 (contra US$ 85 por tonelada).
O preço médio do níquel esperado é de US$ 17.750 por tonelada para 2024 e US$ 19.163 por tonelada para 2025. E para o cobre, de US$ 8.925 por tonelada em 2024 e US$ 9.178 por tonelada em 2025.
Publicidade
Os riscos para essa visão positiva, segundo o banco, envolvem: uma maior deterioração no nível de atividade do setor imobiliário da China, impactando os preços do minério de ferro; a dependência da Vale de licenças ambientais e certificações de terceiros para aumentar a produção; e riscos ambientais relativos a barragens de rejeitos. “A necessidade de provisões adicionais relacionadas aos eventos Samarco ou Brumadinho e a renegociação da renovação antecipada dos prazos de concessão ferroviária também poderão impactar negativamente a avaliação da empresa.”