Empreendimento multifamily da Luggo, startup da MRV (MRVE3) Foto: Divulgação/Luggo
O Santander (SANB11) revisou para baixo suas estimativas para o lucro líquido da MRV (MRVE3) em 35% para 2024 e em 20% para 2025, considerando: uma recuperação mais lenta do que o esperado nas margens brutas da companhia; e maior recorrência nas vendas de recebíveis, o que deverá impactar negativamente as despesas financeiras da construtora.
A recomendação para MRV foi mantida como outperform (equivalente a compra) por conta de melhorias operacionais e um valuation ainda atraente (deve ficar em 4,9 vezes o múltiplo Preço por Lucro em 2025), mas o Santander reconhece que o desempenho das ações da construtora deve permanecer fraco até a divulgação de uma nova projeção (guidance) pela MRV durante o Investor Day de 2024.
A recuperação mais lenta do que o esperado nas margens brutas é explicada pelo fato de que a construtora atrasou o início das obras de alguns empreendimentos, como forma de diminuir o consumo de caixa e evitar o descumprimento de compromissos financeiros.
“Consequentemente, os projetos legados devem continuar desempenhando um papel relevante no mix de receitas no curto prazo, uma vez que a maioria desses projetos está quase 100% vendida”, afirmam os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci, e Matheus Meloni, em relatório enviado a clientes.
Além disso, o Santander estima que a MRV deve continuar utilizando o instrumento de vendas de recebíveis para financiar a construção de projetos legados. Como resultado, a expectativa do banco é de que as vendas de recebíveis totalizem cerca de R$ 300 milhões a R$ 350 milhões por trimestre até o final de 2025.
Como potencial risco positivo para as estimativas, o banco menciona o programa Pode Entrar e o benefício fiscal Regime Especial de Tributação do Patrimônio de Afetação (RET1). “Dado que não há certeza de quando esses eventos poderiam ocorrer, não incluímos em nossas estimativas”, ponderam os analistas.
O preço-alvo de R$ 13,50 para MRV representa um potencial de valorização de cerca de 74% ante o fechamento da última terça-feira (16).