O Santander reiterou a recomendação outperform (equivalente a compra) para a SLC Agrícola (SLCE3), mas reduziu o preço-alvo de R$ 31 para R$ 26. De acordo com o banco, a revisão se deve aos preços baixos das commodities. “Isso ainda representa um Retorno Total aos Acionistas (TRS) potencial de 39% em relação aos preços atuais”, disseram os analistas Guilherme Palhares e Laura Hirata no relatório divulgado hoje. Houve ainda uma diminuição na expectativa para o Ebitda para 2024 e 2025, em 4% e 12%, respectivamente, também devido aos preços mais baixos das commodities.
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Ainda segundo a instituição financeira, a ênfase na recomendação de compra das ações da SLC Agrícola se deve ao anúncio do segundo contrato de arrendamento para a temporada 2024/25, em linha com as expectativas do Santander de crescimento para a SLC. A análise leva em conta também condições desafiadoras para o agronegócio. “Após todos os contratos anunciados, esperamos que a SLC alcance 720 mil hectares de área plantada para a safra 2024/25, aumentando 10% na comparação ano a ano”, completaram os especialistas.
O Santander estima que investimentos em expansão devem totalizar R$ 400 milhões até 2025 para correção de solo e atualização de maquinários. “Isso implica R$ 8 mil/hectare sobre as áreas anunciadas, que agora utilizamos como base para nossas previsões”, justificaram Palhares e Hirata, estimando ainda os custos de arrendamento entre 14 e 15 sacas por hectare, em linha com as médias históricas. “Acreditamos que a SLC seja capaz de gerar valor por meio de contratos de arrendamento, o que acrescenta R$ 3,7 bilhões à nossa avaliação, além de seu banco de terrenos de R$ 10,3 bilhões”, acrescentaram.
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Sobre os preços dos grãos, a expectativa de baixa foi justificada pela estimativa de maior oferta em 2024/25. Com o La Niña cada vez mais improvável de acontecer, a estimativa é de que a falta do fenômeno climático corrobore uma maior produção de grãos do Brasil e da Argentina, em meio a uma perspectiva otimista para os Estados Unidos nas culturas de soja e milho, com condições climáticas positivas. Dados de exportação dos EUA ainda indicam menor demanda chinesa, que pode ter sido redirecionada para o Brasil, devido à depreciação do real e menor demanda interna, com redução no rebanho de suínos.
Em relação ao algodão, o banco mantém sua expectativa de preços negociados a US$ 72 por libra-peso, que deverão levar os agricultores dos EUA a ficarem aquém do ponto de equilíbrio. Em maio, houve uma redução de 17% nas cotações da pluma. “Isto é explicado principalmente pela maior produção do Brasil e pelas incertezas em relação à demanda”, afirmaram os analistas.
As condições climáticas são desafiadoras para os produtores de algodão norte-americanos, especialmente no Texas, responsável por metade da produção do país. “Estimamos que os agricultores dos EUA podem não colher entre 30%-50% da sua produção, criando condições para uma recuperação dos preços mais perto da época da colheita”, concluíram os analistas em relatório sobre a SLC Agrícola.