As ações da Suzano (SUZB3) registram forte alta nesta quinta-feira (7) na Bolsa de Valores, avançando 5,29% por volta das 14h49, cotadas a R$ 54,35, entre os maiores ganhos do Ibovespa hoje, que também opera em alta. A disparada reflete uma combinação de fatores positivos envolvendo melhora de resultados, aumento no preço da celulose e perspectivas promissoras com a operação da Eldorado.
Nesta manhã, o vice-presidente Comercial da Suzano, Leonardo Grimaldi, confirmou o reajuste de US$ 20 por tonelada no preço da celulose na Ásia, conforme já havia sido antecipado pelo Broadcast, o serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. O executivo acredita que este movimento representa apenas o início de um ciclo de recuperação de preços, o que tende a se refletir em outras regiões.
“Como se trata de uma commodity, é natural que o comportamento de preços se alinhe globalmente”, afirmou.
Grimaldi também ressaltou que, segundo os cálculos da companhia, cerca de 15% da produção global de fibra curta opera hoje sem rentabilidade, evidenciando a necessidade de recomposição de preços no mercado.
Suzano reverte prejuízo no 2º trimestre de 2025
Essa sinalização positiva ocorre logo após a divulgação do balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), em que a companhia reverteu prejuízo de R$ 3,766 bilhões no mesmo período de 2024, para um lucro líquido de R$ 5,012 bilhões.
A receita líquida também subiu 16% na comparação anual, totalizando R$ 13,296 bilhões, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 6,087 bilhões, uma leve queda de 3% em relação ao ano anterior. Veja o balanço completo aqui.
Analistas viram o desempenho da Suzano no 2T25 com bons olhos. Segundo o Citi, os resultados foram sólidos, sustentados por volumes mais altos de celulose e queda nos custos.
Em linha com essa visão, o BB Investimentos destacou que:
No 2T25, a Suzano reportou um resultado positivo, com incremento de volumes e avanço nas margens operacionais em ambos os segmentos em relação ao 1T25, embora tenha apresentado queda na comparação com os números robustos do 2T24.
Impacto da guerra comercial no preço da celulose
A Suzano também comentou sobre o contexto global adverso, especialmente a política tarifária dos Estados Unidos, que pressionou os preços da celulose – em especial na China, onde as cotações chegaram próximas a US$ 500 por tonelada. Ainda assim, a Suzano conseguiu manter estabilidade no preço médio líquido, reflexo de reajustes anteriores bem-sucedidos.
Além dos resultados operacionais, os investidores reagiram positivamente ao anúncio da operação com a Eldorado Brasil, formalizada na noite desta quarta-feira (6). O CEO da Suzano, Beto Abreu, afirmou que a expectativa é de retorno de 20% com a transação, que também abre a possibilidade de ampliar a produção do Projeto Cerrado.
Segundo ele, o acordo não exigirá novos investimentos e pode adicionar entre 100 mil e 150 mil toneladas por ano à capacidade produtiva da companhia.