As ações da Taesa (TAEE11) sobem no pregão desta segunda-feira (2). O tom positivo do setor elétrico de transmissão é puxado pelas ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) que também avançam na sessão de hoje. Por volta das 16h, as ações da Taesa subiam 0,17%, a R$ 35,51 a unit (pacote de ações negociadas na Bolsa como se fosse um único papel). No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,77%, a 134.955 pontos, enquanto as ações da Eletrobras ELET3 avançavam 0,79%, a R$ 42,08.
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Na semana passada, a Taesa anunciou Rinaldo Pecchio Jr como novo CEO da companhia, com posse imediata. O novo executivo da empresa elétrica é graduado em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e possui MBA em Finanças pelo IBMEC.
Para analistas da Genial Investimentos, a indicação do novo presidente foi classificada como impacto neutro para TAEE11 e não altera as perspectivas dos especialistas para a companhia. “O executivo, além de já ter experiência pregressa “C-Level” de empresas de transmissão, já atuava na própria Taesa em cargo de diretoria. Sendo assim, a sua nomeação não traz nenhuma surpresa a tese da empresa”, dizem os analistas da corretora.
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Segundo a Transmissora Aliança de Energia Elétrica, Pecchio Jr. apresenta sólida carreira na área financeira e atua como diretor financeiro (CFO) desde 2004 passando por empresas de diversos segmentos, incluindo ISA Cteep (TRPL4), Grupo AES Brasil (AESB3), Tetra Pak, Elektro S.A. e Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).
O que fazer com as ações da Taesa
A Genial manteve a recomendação mais recente para a ação da Taesa em “manter”, o equivalente a “neutro”. A recomendação dos analistas tem esse tom neutro devido à alta alavancagem da elétrica. No segundo trimestre de 2024, a alavancagem atingiu 4,0 vezes Dívida Líquida/Ebitda, contra 3,8 vezes mostrada no balanço do primeiro trimestre de 2024, maior nível do setor.
“Apesar da gestão da empresa ter avisado que o nível aumentaria nesse trimestre e que começaria a cair a partir do segundo semestre de 2024, é uma informação preocupante. A Taesa além de possuir o maior nível de alavancagem, o que a limita em termos de adquirir novos projetos, também possui o menor número novos de projetos em andamento e o menor prazo médio de concessão remanescente”, dizem Vitor Sousa e Israel Rodrigues, que assinam o relatório da Genial.
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Os especialistas comentam também que 60% das receitas da empresa elétrica estão vinculadas ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que registrou deflação no ciclo RAP 2024/2025. Conforme a equipe da Genial, a empresa diminuiu o montante de dividendos distribuídos a partir do trimestre passado para combater esse cenário de alto endividamento.
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A Taesa reduziu o pagamento de 100% do lucro líquido regulatório para 75%, anunciando pagamento de R$ 0,65 por unit referente ao resultado do segundo trimestre de 2024, rendimento de 1,8%.
“Acreditamos que a Taesa tenha expertise para navegar por esse cenário desafiador, se desalavancar ao mesmo tempo, em que continua a recompor sua receita, sem afetar muito o pagamento de dividendos, sendo um dos principais atrativos para os investidores da empresa. Apesar disso, com a empresa negociando com uma Taxa Interna de Retorno Implícita de 8,3% em termos reais, contra 5,96% das NTN-Bs 2045 (Tesouro IPCA+ 2045), aos atuais níveis de preço não vemos razões para uma recomendação mais agressiva ao papel”, apontam os especialistas.
A Genial tem recomendação de manter para as ações da Taesa (TAEE11) com preço-alvo de R$ 35,00, uma potencial queda de 1,26% na comparação com o fechamento de sexta-feira (30), quando o papel encerrou o pregão a R$ 35,45.