Os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) disparavam nesta sexta-feira (4), principalmente os vencimentos mais curtos, após o payroll de setembro surpreender para cima e provocar mudanças nas expectativas do mercado sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
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No fim da tarde, o retorno da T-note de 2 anos subia a 3,922%, tocando seu maior nível desde setembro; o da T-note de 10 anos tinha alta a 3,975% e o do T-bond de 30 anos avançava a 4,264%, com ambos alcançando seus maiores patamares de agosto.
Um mercado de trabalho mais aquecido do que o esperado nos EUA provocou forte reprecificação na curva de juros americana hoje, na medida em que agentes passaram a enxergar espaço reduzido para o Fed cortar juros no curto prazo.
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Nessa linha, segundo ferramenta do CME, há agora 99% de chances do BC americano realizar corte de 0,25 ponto porcentual em novembro e 1% de manter a taxa no patamar atual. Um corte de 0,5 ponto porcentual, que chegou a ser aposta majoritária e ainda ostentava 32,1% de chances de ocorrer ontem, saiu do radar dos agentes.
“Achamos que o Fed fez um corte de 0,5 ponto em setembro para potencialmente não fazer nada pelo resto do ano e permanecer dependente de dados”, disse Peter Azzinaro, sócio e gerente sênior de portfólio da Agile. “O mercado se adiantou um pouco, com certeza, e ainda prevê cortes de 0,5 ponto nas últimas duas reuniões do ano, o que pode não acontecer”, completou.
Brian Mulberry, gestor da Zacks Investment Management, vê riscos de toda a narrativa em torno da redução da inflação ter de mudar. “O payroll mostrou uma imagem de aceleração da atividade econômica nas últimas quatro semanas”, diz. “O Fed pode estar afrouxando muito e muito rápido agora, de uma forma que provoca mais inflação no futuro”.
Com informações da Dow Jones Newswires
