Os retornos dos Treasuries não firmaram sinal único em boa parte do dia, em sessão volátil, mas chegaram ao fim da tarde em baixa. Houve alta no início da terça-feira, mas o movimento não se sustentou, com certa pressão sobre os juros diante de cautela na maior parte dos mercados. Declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) estiveram no radar, ao lado de sinalizações da China, onde houve corte de juros, mas com alguns analistas ponderando que isso seria insuficiente para levar grande apoio à segunda economia do mundo.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 4,678%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,724% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,819%.
Os retornos avançaram na madrugada, estendendo o movimento da sexta-feira, após o feriado sem negócios nos EUA na segunda-feira. No meio da manhã, porém, o quadro já era misto. Houve ganho de impulso nos juros, após o dado de construções de moradias iniciadas crescer bem acima do previsto por analistas nos EUA, na leitura de maio. O Jefferies, porém, via o indicador com ressalvas, considerando que a força do dado mensal pode ser enganosa, com potencial influência de condições climáticas mais favoráveis no Meio-Oeste, por exemplo. O banco de investimentos apontava que juros altos para empréstimos no setor de construção, salários altos e custos elevados para materiais, bem como a demanda afetada pelos preços altos e pelo alto custo nos empréstimos, fazem acreditar que deve haver piora nesse segmento da economia.
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Mais para o fim da manhã, os juros dos Treasuries ampliaram baixa, em meio a um maior interesse pela segurança dos bônus, o que leva seus preços para cima e pressiona os retornos. Entre dirigentes do Fed, James Bullard (St.Louis) não comentou política monetária hoje, enquanto Michael Barr, vice-presidente de supervisão, comentou que o BC americano não é uma instituição que age rápido na supervisão bancária, ao comentar sobre desafios no processo de fiscalizar o setor.
Na China, houve corte dos principais juros pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), em 10 pontos-base, como esperado em geral por analistas, mas alguns deles avaliavam que o relaxamento teria de ser maior, para apoiar o mercado imobiliário. Nesse quadro, alguns analistas mencionaram que a mudança gradual não deve ser decisiva para apoiar a atividade local.
O BMO Capital, por sua vez, destaca o fato de que o presidente do Fed, Jerome Powell, fala duas vezes ao Congresso nesta semana, a primeira delas nesta quarta-feira. O banco de investimentos diz que não deve haver mudança forte na mensagem do Fed, mas provavelmente “uma repetição do tom balanceado que Powell tentou comunicar na entrevista coletiva” da última decisão de juros.