Os retornos dos Treasuries ficaram mistos nesta segunda-feira, enquanto investidores operam na expectativa pelos dados do índice de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que serão divulgados amanhã. Ao mesmo tempo, membros do Federal Reserve (Fed) reforçam a necessidade de manutenção do aperto monetário, o que impulsiona os rendimento dos Treasuries na ponta curta.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,545%, o da T-note de 10 anos caía a 3,708%, e do T-bond de 30 anos tinha queda a 3,779%. Com isso, a inversão da curva entre os títulos de 2 e 10 anos se alargou.
“O CPI de janeiro confirmará ou adiará a rápida reavaliação de uma maior probabilidade de um cenário de atividade mais forte e inflação mais alta e, portanto, novos aumentos da taxa do Fed”, analisa o Citi. Porém, o banco alerta que as mudanças de metodologia que afetam componentes como carros novos e aluguel equivalente dos proprietários criam muito mais incerteza em relação aos dados de janeiro do que em um mês normal.
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Segundo a mediana das estimativas de 25 analistas consultados pelo Projeções Broadcast, o CPI subiu 0,5% em janeiro, na comparação mensal, o representaria uma aceleração em relação ao avanço mensal de 0,1% em dezembro. Para o núcleo do dado, que exclui os voláteis itens de energia e alimentos, a mediana aponta ganho mensal de 0,4%, o que repetiria a leitura de dezembro.
Em comunicado divulgado hoje, o Fed de Nova York informou que as expectativas de inflação nos EUA seguem estáveis nos horizontes de curto, médio e longo prazo: em um ano permaneceu em 5,0%, enquanto a de três anos recuou de 2,9% para 2,7% e a de cinco anos subiu de 2,4% a 2,5%.
Por outro lado, a diretora do Fed Michelle Bowman previu hoje que as taxas de juros do país continuarão subindo para que a instituição consiga cumprir sua meta de inflação de 2%. Segundo ela, os atuais aumentos de juros do Fed são apropriados para trazer as taxas a um “nível suficientemente restritivo”, sendo que os juros terão de permanecer nesse patamar “por algum tempo” para que a estabilidade de preços seja restaurada.
Para o economista-chefe sobre economia americana do Santander, Stephen Stanley, o Fed já decidiu elevar as taxas de juros acima de 5% e depois fazer uma pausa. “Eles certamente poderiam ser persuadidos a aumentar ainda mais se os dados econômicos forem tão robustos quanto o relatório de emprego de janeiro, mas suspeito que a barreira é muito alta para divergir do plano em qualquer direção”, avalia.
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