Os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) cederam nesta terça-feira (12), após números de inflação ao produtor (PPI) dos Estados Unidos abaixo do esperado em julho eliminarem mais um obstáculo para o relaxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em setembro. O indicador antecede a divulgação, amanhã, do índice de preços ao consumidor americano e reforçou o movimento de baixa das taxas visto desde cedo.
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O juro da T-note de 2 anos cedia de 4,008% no fim da tarde de ontem para 3,939% nesta tarde. O da T-note de 10 anos recuava de 3,902% para 3,849%; e o do T-bond de 30 anos cedia de 4,198% para 4,162%.
O índice cheio do PPI subiu 0,1% em julho na comparação mensal e 2,2% na anual, abaixo das previsões de analistas consultados pela FactSet. Já o núcleo que exclui itens voláteis como alimentos e energia também aquém das projeções.
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“As tensões geopolíticas estão no topo da mente no momento e certamente contribuíram para o sentimento de compra na baixa dos títulos”, escreveu o analista da BMO Capital Markets, Ian Lyngen. Para esse analista, embora os detalhes do PPI não tenham apontado nenhuma direção clara para refinar as estimativas do núcleo do índice de preços dos gastos com consumo pessoal (índice de preços PCE) – a métrica preferida usada pelo Fed -, também não trouxeram nada que sugerisse que a reflação deveria estar no radar dos investidores.
Após o PPI, o mercado voltou a precificar um corte de juros de 50 pontos-base (pb) pelo Fed como probabilidade majoritária para a decisão de setembro. No fim da tarde, a probabilidade de redução dos juros em 50pb – ao nível de 4,75% a 5,00% – estava em para 54,5%, de 49,5% logo antes da publicação do PPI, conforme ferramenta de monitoramento do CME Group. A chance de um corte menor, de 25 pb, estava em 45,5%.