Os rendimentos dos Treasuries ( títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) avançaram nesta quinta-feira (22), após dados econômicos e sinalizações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Jackson Hole deixarem em aberto a dimensão do esperado corte de juros no mês que vem.
Por volta das 17h (de Brasília), a taxa da T-note de 2 anos subia a 4,011%, a da T-note de 10 anos avançava a 3,858% e o do T-bond de 30 anos aumentava a 4,130%.
Às margens do aguardado Simpósio de Jackson Hole, integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) concederam entrevistas a diferentes veículos de imprensa hoje, na véspera do discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, no evento.
Os presidentes das distritais da Filadélfia, Patrick Harker, e de Boston, Susan Collins, foram explícitos na argumentação de que o relaxamento monetário é iminente, mas preferem esperar mais indicadores para definir o tamanho do corte.
Mais cauteloso, o líder da regional de Kansas City, Jeffrey Schmid, disse que ainda há trabalho a ser feito contra a inflação.
No geral, as autoridades do Fed reforçam o foco crescente do BC americano no mercado de trabalho. Nessa linha, os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiram a 232 mil na semana passada, em mais um sinal que tende a justificar a abertura do ciclo de afrouxamento monetário. Já o índice de atividade nacional elaborado pelo Fed de Chicago veio abaixo do esperado.
Por outro lado, o índice de gerentes de compras (PMI) composto nos EUA caiu, mas se manteve em território de expansão e superou expectativas, conforme pesquisa preliminar da S&P Global.
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O quadro divergente abriu espaço para correção nos retornos da renda fixa americana, após o recuo da véspera. Um leilão de Tips de 30 anos amplificou o movimento à tarde. Mesmo assim, o Bank of America cortou a projeção para o juro da T-note de 10 anos no fim do ano, da faixa entre 4% e 4,50% para o intervalo entre 3,5% e 4,25%.