A Vale (VALE3) está relativamente bem posicionada para enfrentar preços estruturalmente mais baixos do minério de ferro, considerando que a demanda por aço pela China atingiu seu pico. A opinião é do Citi, que participou nesta quarta-feira (11) de uma visita de analistas e investidores promovida pela companhia em Carajás (PA). Para o banco, a empresa conseguirá otimizar sua estrutura de custos, o que deverá criar uma pressão sobre concorrentes de qualidade inferior.
No encontro, segundo os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott, o CFO Gustavo Pimenta, que assumirá a posição de CEO a partir do próximo ano, enfatizou que a estratégia de alocação de capital permanece intacta, mas possíveis mudanças estratégicas serão discutidas com a administração e o conselho e anunciadas no Investor Day programado para dezembro. Segundo o executivo, o baixo preço das ações no momento torna difícil realizar movimentos de fusões e aquisições. Então, o foco está no crescimento por meio de investimento de baixa intensidade de capital.
Pimenta também confirmou que as negociações para um acordo sobre Mariana, que pode ficar em torno de R$ 167 bilhões, “estão no caminho certo” para serem concluídas em outubro, conforme previsão do governo brasileiro.
Os analistas afirmam ainda que saíram do evento “com maior confiança” de que a projeção de produção do minério de ferro em 2026, de 340 a 360 milhões de toneladas (mt), será atingida. Hoje, a Vale divulgou que o guidance de 2024 foi elevado de 323 a 330 milhões de toneladas de 310 a 320 milhões de toneladas previstos anteriormente. As ações subiram 2,84%, a R$ 57,66, com essa revisão e ajudaram a impulsionar o Ibovespa a fechar em alta de 0,27%, aos 134.676,75 pontos.
Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora informa ainda que a expectativa é de que a produção de níquel este ano fique entre 153 mil e 168 mil toneladas. Segundo a empresa, a atualização do níquel deve-se à desconsolidação de PTVI após um desinvestimento parcial realizado em junho de 2024. Para 2024, a Vale também ajustou suas previsões de custo all-in para o cobre, variando de US$ 3.300 a US$ 3.800 por tonelada, e para o níquel, entre US$ 15.000 e US$ 16.500 por tonelada. Segundo a empresa, esses custos não incluem investimentos de manutenção. Além disso, informa, a alteração nos custos do níquel deve-se ao impacto da desconsolidação de PTVI, após o desinvestimento parcial em junho de 2024. As demais estimativas não sofreram alterações.