Itaú BBA revisa para cima o lucro projetado da Vivara para 2026, a R$ 753 milhões, e vê potencial de alta de 24% nas ações. (Imagem: Adobe Stock)
O Itaú BBA avalia que as ações da Vivara (VIVA3) ainda têm espaço para valorização, mesmo após o recente rali que praticamente fechou a lacuna de valuation frente aos pares. A equipe de analistas, liderada por Rodrigo Gastim, vê o papel negociado a cerca de 9 vezes o lucro projetado para 2026 e projeta alta de 14% na receita líquida do terceiro trimestre, além de ganho de 240 pontos-base na margem bruta. Os analistas também elevaram em 6% a estimativa de lucro líquido para 2026, agora em R$ 753 milhões.
Com o demonstrativo de resultados em trajetória sólida, o relatório frisa que a atenção do mercado passa a recair sobre a geração de caixa livre. Segundo o Itaú BBA, a Vivara avança “de forma encorajadora” na otimização de estoques ao derreter peças de baixa rotação e reutilizar o ouro, estratégia que deve reduzir drasticamente as compras do metal em 2025 e, possivelmente, eliminar novas aquisições até meados de 2026.
Paralelamente, a redistribuição de Stock Keeping Units (SKUs) entre lojas busca acelerar a venda dos itens parados. O estoque chegou a R$ 1,5 bilhão no segundo trimestre, elevando o capital de giro a 76% da receita dos últimos 12 meses (ante 68% em 2022/23); a casa projeta normalização dos dias de inventário até o fim de 2026.
A expansão da margem bruta se apoia em quatro frentes. Primeiro, a renegociação na categoria Relógios. Depois, a retomada do Life, linha para a qual o banco prevê crescimento de mesmas lojas de 9% no terceiro trimestre. Além disso, a maior participação de peças de prata/ouro e diamantes de laboratório, que já respondem por mais de 5% da receita bruta no segundo semestre, melhora o mix. Por fim, o novo centro de distribuição no Espírito Santo compensa a redução dos incentivos fiscais de Manaus e reforça ganhos de escala.
Outra mudança acompanhada pelos analistas é a eliminação gradual do financiamento de fornecedores (“fornecedores convênio”), que deve chegar a zero ao longo do segundo semestre de 2025.
Sobre o preço do ouro, que subiu cerca de 100% em reais desde o primeiro trimestre de 2024 e restringiu o mercado endereçável, o Itaú BBA ressalta que a Vivara repassou a maior parte da alta e manteve o faturamento em dois dígitos. O relatório nota que o maior consumo de capital de giro e a taxa efetiva de imposto em caixa de 18% nos 12 meses até o segundo trimestre pesaram sobre o Retorno sobre o Capital Investido (ROIC). “Daqui em diante, a performance das ações dependerá da capacidade da Vivara de sustentar o ritmo do resultado operacional enquanto fortalece a geração de caixa”, escrevem os analistas.
O Itaú BBA manteve a recomendação Outperform (equivalente a compra) para as ações da Vivara (VIVA3), com preço-alvo de R$ 36,00, potencial de alta de 24% em relação ao fechamento de sexta-feira (3).
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