Ibovespa recua com incertezas fiscais, em dia de cautela global

No exterior, os mercados operam com volatilidade e viés negativo nesta quarta-feira, refletindo a expectativa pela ata do Federal Reserve e o aguardado balanço da Nvidia. A trégua nas tensões comerciais entre Estados Unidos e União Europeia fica em segundo plano, enquanto os juros dos Treasuries voltaram a subir, pressionando os ativos de risco. Além disso, o dólar se fortalece frente a outras moedas, impulsionado por incertezas fiscais nos EUA e movimentações no mercado de títulos japonês. Entre as commodities, o petróleo avança com preocupações sobre a oferta global.

No Brasil, o clima é de cautela diante da possível reversão do aumento do IOF, medida que tem gerado forte reação política e empresarial. A indefinição sobre como o Governo compensará a eventual perda de arrecadação pressiona o câmbio e os juros futuros, que voltam a subir. O Ibovespa recua, impactado principalmente pelas ações ligadas ao minério de ferro e pela queda da Petrobras, mesmo com o petróleo em alta. A agenda esvaziada e a espera por dados do Caged e pela ata do Fed reforçam o compasso de espera dos investidores. Por volta das 13h40, o principal índice da B3 caia 0,63%, aos 138.665 pontos, enquanto o dólar avançava 1,17% frente ao real, cotado a R$ 5,71.

Entre os destaques negativos do dia, as ações da Azul chegaram a despencar 12% após o anúncio de pedido de recuperação judicial, embora tenham reduzido perdas ao longo da manhã. O movimento pressiona o setor aéreo, que já vinha fragilizado. As siderúrgicas também recuam em bloco, com CSN e Usiminas entre as maiores baixas, mesmo após a manutenção de tarifas de importação pelo Governo. No setor financeiro, Banco do Brasil cai após revisar projeções diante da alta da inadimplência no agronegócio, enquanto Bradesco avança com melhora de recomendação. Já Magazine Luiza sobe com anúncio de recompra de ações e a Brava lidera os ganhos, impulsionada por expectativas de mudanças em sua estrutura societária.

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