Ibovespa cai enquanto mercados globais oscilam com tensões comerciais
No exterior, os mercados operam com viés de alta, mas fôlego limitado nesta quinta-feira, em meio à expectativa de um possível acordo tarifário entre EUA e UE
No exterior, os mercados operam com viés de alta, mas fôlego limitado nesta quinta-feira, em meio à expectativa de um possível acordo tarifário entre Estados Unidos e União Europeia, enquanto investidores acompanham os desdobramentos da visita de Donald Trump ao Federal Reserve. A manutenção dos juros pelo BCE e os estímulos esperados na China ajudam a sustentar o apetite por risco, embora os juros dos Treasuries avancem com dados econômicos mais fortes nos EUA. O petróleo sobe com apoio da demanda sazonal e tensões geopolíticas, enquanto o dólar se valoriza frente a moedas emergentes.
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No Brasil, o clima é de cautela diante da ausência de diálogo com os americanos a poucos dias da entrada em vigor das tarifas de 50% sobre nossos produtos. A sinalização de Trump de que “alguns países” não terão acordo foi lida como recado direto ao Brasil, pressionando o Ibovespa, que recua em meio à saída de capital estrangeiro. Os juros futuros sobem com a inclinação da curva, refletindo o ambiente externo e a incerteza comercial. No câmbio, o dólar opera estável, limitado por estímulos chineses e arrecadação federal acima do esperado. Por volta das 13h15, o principal índice da bolsa brasileira caia 0,98%, aos 134.019 pontos, enquanto o dólar subia 0,01%, cotado a R$ 5,52.
Consumo e construção lideram quedas no Ibovespa
Entre as ações que compõem o Ibovespa, o dia é marcado por forte realização nas empresas ligadas ao consumo doméstico e construção civil, penalizadas pela alta dos juros futuros e pelo temor de impacto das tarifas americanas. Yduqs, Magazine Luiza e Cyrela figuram entre as maiores quedas, refletindo também movimentos de realização após fortes ganhos no ano. As blue chips, como Vale e Petrobras, recuam com a saída de capital estrangeiro, enquanto Gerdau se destaca positivamente por ter operações nos EUA, o que a torna menos exposta às tarifas. No setor aéreo, Azul dispara após divulgar resultados operacionais robustos.