
O ambiente internacional permanece tenso nesta quarta-feira (16), com os mercados globais reagindo à possibilidade de demissão do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, por Donald Trump. A notícia elevou a aversão ao risco, trazendo as bolsas de Nova York ao território negativo, mesmo após a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) abaixo das expectativas. O dólar perdeu força frente às principais moedas, enquanto os juros dos Treasuries exibem comportamento misto — com avanço nas taxas longas e recuo nas curtas. A queda adicional do petróleo reflete a cautela diante das incertezas geopolíticas envolvendo os Estados Unidos e o Oriente Médio.
No Brasil, o Ibovespa recua diante da combinação de pressões externas e incertezas domésticas. A ofensiva comercial americana contra o país, com ameaça de tarifa de 50% e abertura de investigação sobre práticas comerciais, impacta negativamente os juros futuros e o câmbio, em meio à perspectiva de menor fluxo de capitais e riscos às exportações. Por volta das 13h30, o principal índice da B3 caía 0,51%, aos 134.574 pontos, enquanto o dólar subia 0,15% frente ao real, cotado a R$ 5,57.
Entre os componentes do Ibovespa, Usiminas lidera as perdas após rebaixamento de recomendação por uma instituição financeira internacional. O setor de siderurgia como um todo recua, refletindo também os efeitos da tensão comercial. Cosan e São Martinho são pressionadas pela investigação americana sobre o etanol brasileiro, enquanto Petrobras e outras petroleiras acompanham a queda do petróleo no exterior. No campo positivo, Ambev avança com expectativa de ganho de mercado após reajuste de preços da concorrente, e GPA se destaca com a ampliação da participação acionária da família Coelho Diniz.
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