- Campos do Jordão, cidade conhecida como a “suíça brasileira”, está localizada a cerca de 180 km de São Paulo e é palco de milhares de turistas e comerciantes todos os anos
- A região tem preços salgados e, de fato, tem apelo para as viagens voltadas para o mercado de luxo. Ainda assim, com organização e planejamento financeiro, é possível fazer bons negócios
- Separei um resumo das atrações que devem entrar no seu radar e quanto é necessário desembolsar para curtir 3 dias em Campos do Jordão
O artigo de hoje é sobre a cidade mais alto do País, Campos do Jordão. O local, conhecido como a “suíça brasileira” está localizado a cerca de 180 km de São Paulo e é palco de milhares de turistas e comerciantes todos os anos.
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Já havia visitado o ‘tesouro da Serra da Mantiqueira’ algumas vezes, mas confesso que a visita de 2023 superou as expectativas e me deparei com uma programação completamente diferentes desde a minha última passagem, há seis anos.
Os viajantes que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer outros países encontram em Campos um gostinho da Europa, mas emoldurada em meio à natureza. Com 1.639 metros de altitude, a região fez sua fama e sucesso em função da arquitetura com estilo europeu e baixas temperaturas, se tornando referência no turismo nacional durante a temporada de inverno. Mas a cidade vai muito além do frio, fondue e paisagens bonitas.
Desde 2021, a Secretaria de Turismo acelerou as apostas no reposicionamento turístico do município, com o objetivo de atrair viajantes e oferecer experiências ao longo dos doze meses do ano. “Campos tinha uma sazonalidade muito grande, mas hoje já não é mais assim. Há um grande movimento durante o ano inteiro”, diz André Barbêdo, Secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico. “Somos uma cidade muito mais de natureza, bem-estar, para a família e com muitos esportes ao ar livre.”
Segundo Barbêdo, o crescimento é de 10% ao ano, com cerca de 5,5 milhões de visitas.
A região tem preços salgados e, de fato, tem apelo para as viagens voltadas para o mercado de luxo. Ainda assim, com organização e plenejamento financeiro, é possível fazer bons negócios. Separei um resumo das atrações que devem entrar no seu radar e na hora de montar um roteiro de 3 dias em Campos do Jordão. Veja as opções, anote o que mais gostar e faça as contas. Vamos lá?
Hospedagem
A rede hoteleira da cidade é recheada de opções, seja para quem busca um hotel de luxo ou uma pousada mais simples. No final, o seu orçamento é o que ditará as regras. Para ajudar na organização das finanças pré-viagem, solicitei ao diretor do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sinhores) de Campos, Paulo César Costa, uma simulação do preço médio que o turista deve encontrar. Veja a seguir:
Pousadas
Diária para duas pessoas em pousada simples: R$ 180 a R$ 240
Diária para duas pessoas em pousada média: R$ 250 a R$ 380
Diária para duas pessoas em pousada de médio luxo: R$ 400 a R$ 650
Diária para duas pessoas em pousada de luxo: R$ 900 a R$ 3 mil
Hotéis
Diária para duas pessoas em hotel simples: R$ 200 a R$ 300
Diária para duas pessoas em hotel médio: R$ 350 a R$ 500
Diária para duas pessoas em hotel super luxo: R$ 1,3 mil a R$ 5 mil
Nas minhas últimas passagens por Campos me hospedei em uma pousada fora da Vila Capivari, onde ficam as principais atrações. Os preços, de fato, são mais competitivos, mas aqui vale um alerta: a avenida principal está sempre movimentada e é muito difícil de fugir do trânsito e conseguir uma vaga no estacionamento. Portanto, o fator deslocamento deve entrar na balança na hora de fazer a pesquisa de valores e traçar um custo-benefício.
Desta vez optei por conhecer o Hotel Boutique Quebra-Noz, ao lado do parque Capivari, na região central do município. Por lá, o turista encontra um verdadeiro refúgio no meio da natureza, cercado por sofisticação em uma propriedade de 50 mil m². Rafael Marcandali, diretor do hotel e um dos sócios, costuma passar o fim de semana na cidade para administrar o negócio.
Durante a nossa conversa, que durou mais de três horas, ele contou que a inspiração de lançar o projeto veio de entregar aos hóspedes o que ele e a família se frustravam ao não encontrar durante as viagens. “A ideia é oferecer tudo o que o visitante precisa em um mesmo lugar, seja um bom vinho, uma refeição de qualidade e espaços para ficar com a família”, diz. Fui conferir e pedi para conhecer todos os cantos do Quebra Noz.
Opções? Não faltam mesmo. Há uma academia de ponta, quadra de beach tênis, bicicletário gratuito para quem tem vontade de conhecer a cidade pedalando, piscina aquecida a céu aberto, um SPA e até uma adega com mais de 200 rótulos de diferentes países. No total, são 53 quartos e as acomodações comportam de duas a oito pessoas.
Na diária, boa parte da alimentação também está inclusa e aqui vale fazer as contas: além de um buffet de café da manhã de saltar os olhos, há um café da tarde e o jantar, se agendado, também entra como cortesia. Em termos de comparação, um café da manhã pode variar de R$ 35 a R$ 80 no centro da cidade e o jantar de R$ 98 a R$ 220 por pessoa.
O salão onde são feitas as refeições foi inaugurado recentemente e coloca o hóspede de frente para a natureza. O ambiente também transborda charme e leveza, com lareira, boas poltronas e um músico para fechar a experiência. Mas vamos ao que interessa e responder quanto custa se hospedar em um hotel boutique como esse.
Os valores podem variar de acordo com o mês, mas arranquei do Rafael uma boa dica. Vale checar as tarifas direto no site ou ligar diretamente para o hotel; nesse caso, é possível encontrar diárias por R$ 1,3 mil para duas pessoas, por exemplo.
Ou seja, o custo de um fim de semana (sexta a domingo) pode sair por cerca de R$ 2,3 mil o casal, considerando a estadia e três refeições. Vale checar e fazer simulações dos valores aqui.
O que fazer em Campos do Jordão
O preço das atrações pode variar dependendo da época, mas, como comentei, não falta o que fazer para atender todos os bolsos e públicos. O Parque do Capivari foi totalmente reformado durante a pandemia e agora funciona como um grande centro comercial e de lazer, com lojas, restaurantes e um palco para eventos gratuitos (principalmente musicais). Nesta reportagem do Estadão, é possível conhecer um pouco mais sobre o novo conceito do local.
O que definitivamente não passa despercebido é o emocionante trenó de montanha, que desliza velozmente por um trecho do icônico Morro do Elefante a 40 km/h. O percurso, apesar de breve, reserva surpresas em termos de velocidade e inclinação.
No topo do Morro foi realizada uma renovação completa do teleférico, proporcionando aos visitantes uma experiência totalmente revitalizada. A antiga estrutura deu lugar a cabines fechadas, capazes de acomodar até 8 pessoas confortavelmente, e modernos cadeirões abertos, ideais para grupos de até 6 pessoas. A pequena cadeira individual agora é coisa do passado.
As crianças também têm à disposição uma gama de novidades empolgantes. Além da roda-gigante e do parque temático “parkids”, com tirolesa e brinquedos em um espaço fechado, há um vibrante carrossel, carrinhos de bate-bate e uma pista de patinação no gelo. Para os amantes da água, os tradicionais pedalinhos no lago em formato de cisne foram trocados por “water balls”, para os pequenos brincarem de andar sobre a água dentro de gigantes esferas infláveis. Veja mais detalhes sobre as novas atrações de Campos aqui.
Parque do Capivari: Entrada gratuita, com atrações pagas:
Trenó da Montanha: de R$ 50 (individual) a R$ 70 (duas pessoas)
Teleférico: R$ 60 (adulto) e R$ 30 (infantil e idoso)
Pedalinho: R$ 20
Carrossel: R$ 26
Water ball: R$ 35
Pista de patinação: começa em R$ 60 e pode chegar a R$ 90
Carrinho bate-bate: R$ 35
Parque Amantikir: R$ 60 (individual) e R$ 30 (meia)
Parque Tarandu: R$ 60 (individual) e R$ 30 (meia)
Parque da Cerejeira: R$ 30 (individual) e R$ 15 (meia)
Parque da Cerveja: R$ 61 + Visita ao mirante Mantiqueira (R$ 78) + Visita guiada à Fábrica com degustação (R$ 70) / há um pacote que inclui as três atrações por R$ 178 por pessoa
Refeições
O Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sinhores) também fez um levantamento do valor médio desembolsado por pessoa com as refeições.
Café da manhã em pousada ou hotel: R$ 45 a R$ 80
Almoço: R$ 45 a R$ 90
Sequência de fondue (queijo, carne e chocolate): R$ 98 a R$ 220
Chocolate quente: R$ 16
Cerveja: R$ 25
Quem busca economizar deve procurar restaurantes nas ruas que cercam o Parque Capivari – por lá, o preço do quilo do chocolate para levar para casa é quase metade do preço. No Centro, as opções têm preços mais salgados. Se o orçamento não é um problema, vale checar o menu de algumas casas tradicionais: Restaurante Mercearia Campos, Café Sabor Chocolate, Art BBQ e Alto da Brasa.
Com as mudanças recentes na oferta aos turistas, também surgem parcerias entre as atrações da cidade. A visita na famosa cervejaria Baden Baden, por exemplo, pode ser combinada com um roteiro singular: após o tour pela fábrica com degustação dos rótulos, o turista é encaminhado para um menu gastronômico criado pelo chef Anderson Oliveira e harmonizado com cervejas em um espaço exclusivo no Restaurante Dona Chica na Horta. A degustação acontece em cinco tempos com um estilo de cerveja diferente para cada prato – os sabores são de tirar o fôlego.
Posso dizer que esse é mais um ponto forte da visita por Campos do Jordão e recomendo de olhos fechados. O ticket para a experiência “table for two” sai por R$ 380. Quem deseja fazer somente o tour na fábrica, o ingresso sai por R$ 80 por pessoa. Fora do evento atual, também é possível marcar uma degustação direto no restaurante.
De acordo com Barbêdo, o secretário de Turismo, novas ações combinadas já estão no forno e devem ser divulgadas em breve.
Como planejar as finanças para viajar
O gasto final de um fim de semana em Campos do Jordão vai depender, como mencionado, do seu orçamento financeiro. Em uma “conta de padaria”, é possível estimar que uma pessoa gaste cerca de R$ 2 mil em uma viagem de sexta a domingo ou R$ 5 mil, dependendo do perfil da viagem. Os gastos com o transporte também precisam entrar na conta, mas vai depender do local de partida. No meu caso, saindo de São Paulo, desembolsei R$ 270 de gasolina no trajeto de ida e volta.
Roteiro com orçamento econômico: R$ 760 (hospedagem para duas pessoas) + R$ 170 (três atrações / parque + teleférico e trenó) + R$ 800 (refeições durante os três dias) + R$ 200 gastos extras não calculados. Total aproximado: R$ 2 mil por pessoa / alta temporada
Roteiro de luxo: R$ 2,6 mil (hospedagem para duas pessoas) + R$ 348 (quatro atrações / teleférico e trenó + 1 parque + experiência parque da cerveja) + R$ 1,5 mil (refeições + experiência Chica na Horta) + R$ 500 gastos extras não calculados. Total aproximado: R$ 5 mil por pessoa/alta temporada.
Ainda assim, se a intenção é gastar menos, existem diversos pacotes de excursão bate e volta de um dia pela cidade. Os custos variam entre R$ 99 e R$ 450 por pessoa, sem considerar os gastos com comida e bebida.
Quem decide fazer uma trip de última hora e durante a alta temporada sabe que os custos serão mais elevados. Para economizar, vale iniciar a organização com antecedência para aproveitar promoções, organizar os pagamentos e selecionar os melhores passeios. Deixo aqui algumas recomendações para fazer a sua viagem caber no bolso:
- Entenda qual é o valor que você tem disponível para gastar e determine limite dos gastos;
- Comece pelo começo: calcule o valor da sua hospedagem e deslocamento;
- Faça escolhas: quais passeios e experiências agradam mais?;
- Compare preços antes de escolher os restaurantes. A página do local no Google informa os valores do menu então fica mais fácil projetar os gastos. Vale a pena passar em um supermercado e ter uns snacks na mochila;
- Se a sua reserva de emergência já foi criada e você é do tipo que gosta de viajar, avalie se o orçamento mensal permite direcionar uma verba mensal para uma reserva voltada para gastos não essenciais, como as viagens.
Se você já foi para Campos, me conta a sua experiência no @valeriabretas!