Como as ações da Petrobras (PETR4) driblaram temores sobre dividendos e disparam em 2023?
Durante a campanha presidencial de 2022 e após sua vitória nas eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondia suas opiniões sobre a Petrobras.
Com temores sobre o uso político de companhias estatais e o futuro da distribuição de dividendos, as ações ficaram consideravelmente voláteis.
No primeiro pregão de 2023, um dia após a posse de Lula, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) terminaram a sessão em baixa de 6,45%, aos R$ 22,92.
As ações preferenciais são as que normalmente têm “prioridade” no recebimento de proventos como dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
Não ajudava na opinião geral falas do presidente sobre a reestatização da Eletrobras (ELET3, ELET6).
Política de preços
Um dos temores principais era sobre o uso da Petrobras como instrumento de controle da inflação ao não repassar eventuais aumentos do preço internacional do petróleo e do dólar aos combustíveis.
A prática que gerava prejuízos à companhia era comum na gestão de Dilma Rousseff (PT) e foi encerrada sob Michel Temer com a política de Preço de Paridade Internacional (PPI).
Além da PPI, Lula criticou abertamente os dividendos, dizendo que a Petrobras “não é um patrimônio apenas das pessoas que são acionistas”.
No entanto, parte das ameaças do Executivo não se tornaram realidade, com uma nova política de preço dos combustíveis não tão distante da PPI.
Idem para os dividendos, onde até 60% do caixa livre era distribuído e agora são 45%, acima dos 25% esperados e ainda bem atrativos para o investidor.
Ajudou também a restrição da oferta do petróleo por parte de Rússia e Arábia Saudita, o que fez o preço do barril brent subir 15% para os atuais US$ 92,20.
Com tudo isso, PETR4 fecha setembro em R$ 34,64, um avanço de mais de 50% no acumulado de 2023.
Mesmo assim, segundo o Broadcast, entre 10 casas que cobrem a Petrobras, sete têm recomendação neutra e apenas 3 de compra, com fatores políticos e o preço do petróleo no radar.