Por que ações do Magazine Luiza (MGLU3) subiram e caíram tanto?

As origens

O Magazine Luiza foi fundado em 1957 na cidade de Franca, interior de São Paulo, por Luiza Trajano e seu marido Pelegrino José Donato como uma loja de presentes. Em 1991, Luiza Helena Trajano, sobrinha da fundadora, assume a administração da empresa

Presença digital e física

Apesar de uma discreta presença anterior no e-commerce, o ano de 2000 marca maior presença da companhia no comércio eletrônico. Em 2008, 46 lojas físicas são inauguradas no mesmo dia

Após seu IPO na bolsa em 2011 (fechamento de R$ 0,51 no dia de estreia), a empresa abre nove centros de distribuição e, cinco anos depois, implementa seu marketplace. Os papéis andam de lado (e pra baixo) por um bom tempo, chegando a serem negociados por R$ 0,03 em dezembro de 2015

Aquisições de redes concorrentes, expansão para novos estados, investimentos em logística e o fortalecimento da estratégia digital levaram as ações a uma valorização sem precedentes, só interrompida com o início da pandemia do novo Coronavírus.

Em maio de 2020 os papéis não só voltaram a seu patamar anterior, mas iniciaram uma escalada até o pico de R$ 27,34 em novembro (um salto de 91.000% em relação à mínima de 2015). O Magazine Luiza estava bem posicionado em digitalização e logística para faturar alto durante os lockdowns e fechamento de lojas físicas

Mas a partir daí, foi ladeira abaixo, com MGLU3 indo abaixo dos R$ 5 em abril de 2022. Mas por quê?

Corrida à Bolsa

As ações do Magalu caíram muito porque também aumentaram assustadoramente. MGLU3 começou a ter uma forte procura conforme a Selic caía a partir de 2018. Foi no período de mínima da taxa básica de juros que as ações chegaram à sua máxima.

Inflação e juros

O avanço de preços de produtos como TVs, geladeiras e eletrodomésticos minou o poder de compra do consumidor brasileiro. Além disso, com o aumento paulatino da Selic (com objetivo de exatamente frear o consumo e a inflação), o varejo sofreu com crédito mais caro.

Concorrência

Magalu, Americanas e Mercado Livre se destacaram durante a pandemia, mas altos investimentos em logística e sistemas digitais e o aumento da concorrência espremeram as margens dos varejistas. Amazon, Shopee e outros marketplaces aumentam a pressão sobre o faturamento.

E o futuro?

O Magalu continua investindo. No fim do ano passado adquiriu o Kabum!, seguido de plataformas de delivery e conversão de e-commerce. Suas lojas físicas se tornaram hubs de varejo. Mas resultados recentes mexem com as perspectivas de curto e médio prazos.

E Luiza Trajano?

Apesar do momento atual, a dona do Magazine Luiza continua como uma forte liderança empresarial e exemplo de empreendedorismo e causas ESG.