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Moody’s eleva rating da Petrobras de Ba2 para Ba1

Segundo a agência, governança corporativa da companhia a "protege um pouco da interferência do governo"

Moody’s eleva rating da Petrobras de Ba2 para Ba1
Petrobras (Sergio Moraes/Reuters)
  • Segundo a Moody's, a empresa tem histórico positivo de melhoria no desempenho operacional e financeiro
  • Também nesta terça-feira (28), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) anunciou que na quarta (29), vai reunir os líderes da Casa para discutir a alta nos preços dos combustíveis

A Moody’s decidiu hoje elevar o rating da Petrobras de Ba2 para Ba1, com perspectiva estável. Em comunicado, a agência diz que a mudança é motivada primariamente pelo desempenho operacional e financeiro “forte” da empresa, bem como por suas “métricas de crédito sólidas”.

Segundo a agência de classificação de risco, a empresa tem histórico positivo de melhoria no desempenho operacional e financeiro, o que resulta em uma métrica de crédito sólida para sua categoria de rating. Além disso, a agência espera que a disciplina operacional e financeira da empresa continuem a apoiar sua geração de caixa.

Para a Moody’s, a governança corporativa da companhia “a protege um pouco da interferência do governo” e essa governança tem melhorado desde o início da Operação Lava Jato, no início de 2014.

Contraponto

Nesta terça-feira (28), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) anunciou que na quarta (29), vai reunir os líderes da Casa para discutir a alta nos preços dos combustíveis. Há duas semanas, Lira já havia criticado a Petrobras ao anunciar uma comissão geral na Câmara com a empresa para debater o assunto.

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“Amanhã (quarta-feira), vamos colocar alternativas em discussão no Colégio de Líderes. O fato é que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”, escreveu no Twitter.

O anúncio de Lira vem um dia depois que a Petrobras teve de convocar a imprensa para explicar que sua política de preços continua a mesma, acompanhando a paridade internacional e o câmbio, e no mesmo dia em que ele irá com o presidente Jair Bolsonaro a um evento de entrega de moradias no interior de Alagoas, reduto eleitoral do deputado. O alto preço dos combustíveis é um dos temas que tem tirado o sossego de Bolsonaro pelo impacto na inflação e no humor de seus eleitores.

Na entrevista coletiva, Silva e Luna disse que seus preços da companhia estão defasados em comparação com o mercado internacional. O diretor de Comercialização e Logística da empresa, Claudio Mastella, declarou que a empresa “está olhando com carinho a possibilidade de reajuste de preço dos combustíveis”.

Nesta terça, a estatal reajustou o valor do diesel em suas refinarias em R$ 0,25 por litro. O valor passará de R$ 2,81 para R$ 3,06, uma alta de 8,9%. Essa é a primeira revisão no preço do combustível em 85 dias.

A fala de Mastella foi destacada no post de Lira, que ironizou: “O diretor da Petrobras Cláudio Mastella diz que estuda com ‘carinho’ um aumento de preços diante desse cenário. Tenho certeza que ele é bem pago para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente”.

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Lira ainda pontuou que o dólar persiste num patamar alto e, junto com a valorização do barril de petróleo, pressiona o preço dos combustíveis, que “é insustentável”.

O presidente da Câmara também fez questão de dizer que a Casa “está fazendo seu dever de casa para o país retomar a economia respeitando os limites fiscais e sendo responsável em todas as suas sinalizações para o mercado”.

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