- Pesquisa aponta que 77% dos brasileiros concordam que a adoção de boas práticas de sustentabilidade (ESG) pelas empresas e pelos governos deve ser prioridade, mesmo que lucros e crescimento sejam diminuídos
- Para 76% da amostra, o combate à corrupção nos governos e nas empresas é o fator mais preocupante na agenda de sustentabilidade brasileira
- Dos três mil brasileiros respondentes, 35% afirmaram ter eliminado o consumo de produtos ou serviços por infringir o meio ambiente, o bem-estar das pessoas ou dos animais
A adoção de boas práticas de sustentabilidade (ESG) pelas empresas e pelos governos deve ser prioridade, mesmo que lucros e crescimento sejam diminuídos. É o que acredita 77% dos brasileiros entrevistados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE).
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Realizada na primeira semana de setembro com três mil pessoas nas cinco regiões do País, o levantamento observou que as práticas do tripé ESG, referente a meio ambiente, sociedade e governança, devem ser o foco das organizações públicas e privadas. O resultado segue o fluxo internacional na tomada de decisões das marcas e consumidores, segundo aponta a Febraban.
Entre a atuação por segmento, 13% apontaram a percepção do agronegócio como setor que mais adota práticas sustentáveis. A mesma porcentagem foi marcada entre quem apontou indústria. Nas corporações em geral, quase metade dos entrevistados (46%) destaca que observou aumento da adoção de práticas sustentáveis nos últimos cinco anos.
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A visão dos brasileiros sobre o tema é fundamental para guiar as instituições, como explica Isaac Sidney, presidente da Febraban. “Entender como o brasileiro percebe o conceito de ESG ajudará governos e empresas a orientar suas ações, ressaltando-se que a agenda da sustentabilidade transborda as questões ambientais e se estende a aspectos social e ético”, avalia.
Principais preocupações
O levantamento foi a fundo para entender o que incomodam os brasileiros na hora de observar empresas e até o governo. Para 76% da amostra, o combate à corrupção em ambientes públicos e privados é o fator mais preocupante na agenda de sustentabilidade nacional. Necessidade de transparência e prestação de contas por parte das instituições foi elencada por 47%, seguido pela importância da igualdade de gênero no trabalho e salários equiparados para homens e mulheres, preocupação de 35% do grupo.
Boicote
A pesquisa ainda apontou que seis em cada dez brasileiros já boicotaram empresas que não cumprem ações de sustentabilidade. Condições de trabalho ilegal e impacto ambiental figuram como maiores variáveis levadas em consideração.
Dos três mil brasileiros respondentes, 35% afirmaram ter eliminado o consumo de produtos ou serviços por infringir o meio ambiente, o bem-estar das pessoas ou dos animais. Da mesma forma, 34% apontaram ter interrompido o consumo de determinadas marcas por conta da companhia ter o nome envolvido em alguma denúncia de descumprimento de boas práticas de governança corporativa.
Razões pelas quais os brasileiros boicotariam marcas e empresas
Está envolvida em casos de trabalho escravo ou trabalho infantil | 62% |
É conhecida por poluir o meio ambiente ou causar desmatamento | 58% |
Está envolvida em escândalos de corrupção | 58% |
Tem histórico de maltratar/não dar boas condições a funcionários | 58% |
Está envolvida em denúncias de assédio | 58% |
Faz testes de produtos em animais | 48% |
Faz campanhas publicitárias ofensivas para determinados grupos | 45% |
Não promove a diversidade em seu quadro de funcionários | 40% |
Fonte: Febraban e Ipespe. Dados de setembro de 2021 |