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- Na outra ponta, a classe de ações livre, no âmbito doméstico, apresentou rentabilidade negativa em 2,9%
- A indústria de fundos de investimento acumula captação líquida de R$ 390,6 bilhões neste ano, um recorde da série histórica
Os investidores estão de olho no exterior e, pelos dados apresentados nesta quinta-feira (7) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), com razão. Os fundos de investimento no exterior têm a melhor rentabilidade acumulada em 2021, com as classes multimercados (5,5%) e ações (5,4%) liderando o comparativo.
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“É consequência da desvalorização cambial e de ativos no exterior com rentabilidade interessante, seja de empresas de tecnologia ou determinadas moedas”, explica Pedro Rudge, diretor da Anbima, em coletiva online. “Os investidores estão buscando maior diversificação e equilíbrio no portfólio”.
O interesse dos investidores em aplicar em outros países também pode ser visto no número de contas, que cresceu consideravelmente entre março de 2020 e agosto de 2021. A variação no período foi de +820,1% em ações, +619,9% em renda fixa e +518,3% em multimercado, segundo a Anbima. No patrimônio líquido, o aumento foi de 34,3% em setembro de 2021 (R$ 828,5 bilhões) ante setembro de 2020 (R$ 616,8 bilhões).
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Na outra ponta, a classe de ações livre, no âmbito doméstico, apresentou rentabilidade negativa em 2,9%, um pouco menos que a queda acumulada nos sete primeiros meses de 2020 (-9,7%), mas a única do atual período.
“Foi muito em função do crescimento da taxa Selic, que faz com que a atratividade das ações diminua um pouco e, ao mesmo tempo, há uma aversão ao risco, seja por falta de previsibilidade ou uma incerteza maior em relação ao front política e às reformas. Isso fez com que os ativos ligados às ações sofressem no último trimestre”, afirma Rudge.
Renda fixa puxa captação
A indústria de fundos de investimento acumula captação líquida de R$ 390,6 bilhões neste ano, um recorde da série histórica, conforme os dados da Anbima. A classe de renda fixa é a que puxa o desempenho (R$ 237,2 bilhões ante R$ 21,8 bilhões no acumulado dos sete primeiros meses de 2020), por movimentos concentrados em fundos de baixa duração.
Os números parecem acompanhar o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic. “À medida que o mercado tem uma expectativa que o Banco Central esteja no movimento de aumento de taxa de juros, os fundos atrelados à renda fixa acabam tendo demanda e atratividade maiores”, diz Rudge.
Panorama da indústria
A Anbima mostra que o patrimônio líquido da indústria de fundos cresceu 17,4% entre setembro de 2020 (R$ 5,8 trilhões) e setembro de 2021 (R$ 6,8 trilhões). Constam no levantamento mais de 29,6 milhões de contas (+20%), 25 mil fundos (+18,5%) e 781 gestoras de recursos (+12,2%).