- Em vez de ter uma carteira com um pouco de cada classe de ativo para tentar diversificar e ter um perfil moderado, vale mais ter boa parte no modelo conservador e algo no total risco. Afinal, os juros vão fazer a maior parte do trabalho
“Até o conservador deveria investir em ações com juros a 12% ao ano.” A maioria das pessoas assinalariam que essa afirmação está errada, pois 12% a.a, o tão famoso “1% ao mês”, é o suficiente para quem tem perfil conservador – aquele investidor que não quer arriscar de jeito nenhum perder o capital principal – e almeja ganhar algo próximo a taxa de juros, dormindo sem preocupações.
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O grande ponto aqui é que os juros altos possibilitam um tipo de diversificação em que é possível tomar um pouco mais de risco na carteira, principalmente fugindo do “meio termo” entre conservador e agressivo.
Em vez de ter uma carteira com um pouco de cada classe de ativo para tentar diversificar e ter um perfil moderado, vale mais ter boa parte no modelo conservador e algo no total risco. Afinal, os juros vão fazer a maior parte do trabalho.
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Mas voltando ao título, que foi o que te chamou a atenção, vamos usar o perfil conservador como exemplo.
A minha ideia é ilustrar como você pode realocar sua carteira nesse ano aproveitando a diversificação como alavanca para novas classes de ativos e não apenas para mitigar risco.
Hoje um perfil conservador dificilmente tem ações na carteira, isso porque a palavra ações, risco e renda variável assustam. Mas o ponto principal é que é possível ter tudo na carteira, desde que a alocação seja bem distribuída.
Tem uma frase que sempre jogam na conta do Warren Buffett: “O risco vem de não saber o que você está fazendo”.
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Imagine um investidor com um total de R$ 1 milhão e perfil conservador. Dificilmente faria sentido oferecer ações para a carteira dele, ainda mais em ano de eleições e com juros tão atrativos, certo?
Vamos supor que esse investidor coloque R$ 950 mil em renda fixa à 12,5% ao ano (há títulos desses em quase todas as plataformas) e R$ 50 mil em ações. Na minha opinião uma alocação em uma carteira de dividendos faria total sentido.
Como todo bom novo investidor, assim que ele comprou ações. o mercado ‘deu a louca’ e caiu 50% no ano, com ou sem motivo nenhum. Seria de assustar qualquer um, certo?
Ao final de um ano, o patrimônio desse investidor estaria em R$ 1.093.750 sendo R$1 milhão e 68 mil na renda fixa e mais R$ 25 mil em ações – já considerando a queda de 50%.
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Ou seja, no final de um ano esse investidor teria mais do que começou, não arriscou praticamente nada do capital e mesmo que todas as ações quebrassem, virassem “zero”, ele ainda teria mais do que começou.
O mais legal agora é a ideia do segundo ano: de um total de R$ 1,1 milhão (arredondando), 5% (R$ 55 mil) seria gasto em ações. Sendo que esse investidor já tem R$ 25 mil do ano anterior, faltaria gastar R$ 30 mil em papéis para reajustar. O grande ponto aqui é que ele ainda estaria com mais dinheiro em renda fixa do que começou e agora estaria mais do que dobrando sua posição em ações com o mercado valendo 50% a menos do que um ano antes.
Historicamente, e a pandemia provou isso mais uma vez, qualquer crise global é recuperada no mercado em menos de 8 meses. Se a história se repetir nesse cenário, no mesmo segundo ano de investimentos o investidor já estaria recolhendo lucros tanto na renda fixa quanto em ações, que agora teve um aumento do valor investido e “na baixa” como costumamos dizer.
É obvio que não estou fazendo recomendação de compra de ações, ou dizendo para quem é investidor sair colocando parte do dinheiro no mercado. Meu ponto é mostrar que o estudo de alocação e perfil mudam sempre, de acordo com o cenário, e saber aproveitar momentos como o atual pode ser muito bom para quem quer conhecer um pouco mais de risco.
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Aproveitando, estou me colocando à disposição para avaliar sua carteira! Só enviar uma mensagem para [email protected] que entro em contato.