- Em sua carta de gestão de fevereiro, o fundo analisou o “tema dominante do mercado”: os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, duas semanas após a eclosão do conflito. Na visão da asset, a estratégia russa falhou, o que deve estender o conflito por mais tempo e maiores perdas econômicas e humanas
- O fundo Verde rentabilizou 1,32% em fevereiro – quase o dobro do CDI, que subiu 0,75% no mesmo período. Com o resultado, acumula ganhos de 2,82% em 2022
A Verde Asset Management, gestora de multimercados de Luis Stuhlberger, teve um fevereiro de ganhos com as posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos, com inflação implícita no Brasil, e com hedges de bolsa no exterior.
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O fundo Verde rentabilizou 1,32% no mês de fevereiro – quase o dobro do CDI, que subiu 0,75% no mesmo período. Com o resultado, acumula ganhos de 2,82% em 2022. As perdas do mês vieram da exposição em ações brasileiras, informa a gestora.
Em sua carta de gestão de fevereiro, o fundo analisou o “tema dominante do mercado”: os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, duas semanas após a eclosão do conflito. Na visão da Verde, a estratégia russa falhou, o que deve estender o conflito por mais tempo e maiores perdas econômicas e humanas.
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De um lado, uma resistência maior do exército ucraniano. Do outro, as sanções do ocidente impostas à Rússia, com a Europa reduzindo sua dependência por gás natural vindo de Moscou e a economia russa sendo excluída do capitalismo global. “O campo da diplomacia pode oferecer alternativas, mas por ora não é fácil vislumbrar uma saída clara para Putin, que está absorvendo todos os custos da guerra, sem alcançar nenhum dos objetivos estratégicos almejados”, diz a carta da Verde.
Para a gestora, o conflito traz de volta o risco geopolítico para os preços das commodities, impacto que deve durar bastante tempo. “Seja pelos impactos micro diretos na região, especialmente em relação a fertilizantes e produção de trigo; seja pelo impacto das sanções, com o petróleo russo virtualmente inegociável no mercado global, ou riscos para produção de metais como paládio ou níquel”.
No longo prazo, a solução para preços altos são destruição de demanda e incentivo para novas tecnologias, mas no curto e médio prazo o custo deve se manter alto e com assimetrias também altas, pontua o fundo. Com o equilíbrio macroeconômico mais desafiador, a inflação – que já vinha em alta pelo mundo – deve piorar, com bancos centrais tentando conciliar as condições financeiras e “equilíbrios estagflacionários”.
“A complexidade do cenário global nos mantém mais cautelosos por ora com as alocações de bolsa, especialmente global. O fundo carrega ainda posições tomadas em juro nos EUA e em menor medida na Europa. Também estamos comprados em inflação implícita no Brasil”, finaliza.
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