- O dólar de volta à casa dos R$ 5 não precisa significar o fim da temporada de viagens. Basta escolher bem o destino e organizar os planos com antecedência
- Um levantamento feito pela Rico Investimentos mostra cinco países que os brasileiros, graças ao câmbio vantajoso em relação ao real, podem conhecer gastando menos
- Para preparar o bolso em relação aos gastos de viagem, algumas opções de investimento podem ajudar no processo
Com a flexibilização das medidas adotadas para conter a pandemia da covid-19, muita gente deve estar querendo tirar o atraso das viagens adiadas nos últimos dois anos. Nos primeiros meses de 2022, até que o dólar ajudou. A cotação da moeda americana chegou a bater R$ 4,63, um patamar que não era visto desde o início da crise causada pela covid-19 em 2020.
Leia também
Nas últimas semanas, porém, o câmbio voltou a subir frente às sinalizações de possíveis aumentos maiores do que o esperado na taxa de juros americana. Mas o dólar de volta à casa dos R$ 5 não precisa significar o fim da temporada de viagens. Basta escolher bem o destino e organizar os planos com antecedência.
Um levantamento feito pela Rico Investimentos mostra cinco países que os brasileiros, graças ao câmbio vantajoso em relação ao real, podem conhecer gastando menos: Argentina, Camboja, África do Sul, Egito e Colômbia.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
“Para aproveitar ao máximo o dinheiro, o bom mesmo é encontrar destinos cujas moedas locais estejam mais baratas frente à nossa. Mas é importante considerar que, muitas vezes, analisar o câmbio sozinho não traz a percepção real do custo de vida de um país. E, assim, a desvalorização de uma moeda pode não ter todo o significado que procuramos no contexto de uma viagem”, pontua Antônio Sanches, analista de investimentos da Rico.
Para entender onde o custo de vida local favorece turistas brasileiros, o analista utilizou como base o “índice Big Mac” – um indicador criado pela revista britânica The Economist que calcula o preço em dólares do famoso hambúrguer da rede de fast food McDonald’s em diferentes países.
Uma vez que o Big Mac é feito a partir dos mesmos ingredientes em todos os lugares do mundo, o preço do alimento deveria ser sempre o mesmo. Mas não é assim.
“Se um sanduíche em determinado país for mais barato do que nos EUA, a moeda está desvalorizada em relação ao dólar. Do contrário, a moeda está valorizada. É claro que o índice é apenas uma simplificação do conceito, mas certamente nos ajuda a ter uma ideia da paridade de poder de compra entre diferentes países”, explica Sanches.
Publicidade
Utilizando esse comparativo, dois destinos principais se destacam: a África do Sul, onde um Big Mac custaria US$ 2,58, e o Egito, onde o hambúrguer vale US$ 2,69. Nos dois países, o preço do sanduíche custa menos de 50% do valor cobrado nos Estados Unidos, o que indica, segundo a Rico, uma desvalorização da moeda local frente ao dólar. Um bom sinal para os viajantes.
“Com hospedagens a partir de US$ 25, você pode conhecer a África do Sul e, de quebra, treinar seu inglês. Já o Egito é uma opção barata para quem gosta de destinos históricos. Com cerca de US$ 10, é possível se hospedar com vista para as pirâmides no Cairo”, destaca o analista.
Um pouco mais distante, no sudoeste asiático, o Camboja se destaca pelos templos orientais e praias paradisíacas, como uma opção “menos badalada que a também barata Tailândia”, aponta Sanches. A Rico encontrou hospedagens a partir de US$ 6 por lá, o que reduz significativamente os custos do destino para os turistas.
Para os brasileiros que não querem ir muito longe, destinos na América do Sul também são uma boa opção. Na Colômbia, por exemplo, um Big Mac custa cerca de US$ 3,29. Apesar de ser um valor pouco acima das opções na África, dá para economizar na passagem de avião devido à curta distância.
Publicidade
O mesmo vale para a vizinha Argentina, para onde é possível encontrar voos muito mais baratos do que para o continente africano. “Com hospedagens a partir de US$ 13, a Colômbia oferece tanto boas praias quanto passeios culturais. Na Argentina, o enfraquecimento da economia vem fazendo com que a moeda do país passe por uma forte desvalorização, o que, por outro lado, torna o país uma boa opção de destino para visitar”, diz Sanches.
Como planejar a viagem
Na hora de tirar os planos do papel, os itens que costumam pesar mais no orçamento são a hospedagem e o transporte. Por causa disso, eles precisam ser os primeiros a serem definidos, orienta Patricia Palomo, planejadora financeira CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar).
Se o transporte envolver uma passagem aérea, principalmente internacional, é possível se programar com antecedência para aproveitar os melhores preços.
A planejadora alerta, porém, que é preciso definir as datas com segurança, já que as companhias aéreas costumam cobrar taxas altas para alterar os itinerários. “Em geral, já conseguimos agendar passagens para daqui um ano a frente e muitas empresas oferecem o parcelamento das tarifas, o que ajuda bastante no planejamento. Os hotéis costumam ser mais flexíveis a essas mudanças e também contam com a opção de parcelamento que pode ajudar na organização financeira da viagem”, diz Palomo.
Otimizando essas duas questões, também dá para programar outra parte do orçamento, mais barata, mas não menos importante. “Você pode definir que tipos de passeios quer fazer, quais restaurantes frequentar, se irá destinar parte do orçamento para compras ou se vai querer só relaxar. Aí, o próximo passo é estimar o custo de cada experiência”, explica a especialista da Planejar.
Publicidade
Para preparar o bolso em relação aos gastos de viagem, algumas opções de investimento podem ajudar no processo. Por se tratar de um prazo curto, o primeiro ponto é escolher um ativo que possua liquidez, de preferência diária. “Quando você está planejando uma compra de curto prazo, essa é uma das características mais importantes, já que pode surgir uma promoção a qualquer momento com pagamento no Pix ou boleto e você precisa de acesso rápido a esse dinheiro”, diz Sanches, da Rico.
Boas opções para esse objetivo são ativos de renda fixa, como Tesouro Selic, ou fundos cambiais. Nestes, o investimento reduz ainda o risco de que um movimento brusco no real, no momento em que o viajante for comprar a moeda estrangeira, afete o orçamento da viagem.