- As principais causas para o sobe e desce dos papéis são o fim do período de lockup, que ocorre nesta terça, e o prejuízo líquido de US$ 45 milhões no primeiro trimestre
- Para especialista, isso pode sinalizar que alguns investidores não veem recuperação da companhia no curto prazo
As ações do Nubank apresentaram volatilidade nesta terça-feira (17), após a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2022 na noite de segunda-feira (16). As principais causas para o sobe e desce dos papéis são o fim do período de lockup, que ocorre nesta terça, e o prejuízo líquido de US$ 45 milhões no período. A companhia ainda informou que houve lucro ajustado de US$ 10,1 milhões nos três primeiros meses do ano.
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Nas negociações de pré-market, os papéis do banco digital registraram ganhos de quase 10%. Já no início do pregão, as altas seguiram, mas o bom desempenho permaneceu por pouco tempo. Por volta das 11h, as ações registraram queda de 2,3%.
No início da tarde, as ações chegaram a se valorizar 2,9%, negociadas a US$ 4,49.
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Os BDRs (recibos de empresas listadas no exterior) do Nubank listados na B3 tiveram boas performances nesta manhã. Os papéis NUBR 33 registraram altas de 1,9%, negociados a R$ 3,72. Já no início da tarde, os ganhos foram superiores a 2%.
Segundo Danielle Lopes, sócia e analista da Nord Research, o fim do período em que os investidores ficam impedidos de vender as ações, conhecido como lockup, contribuiu para as altas e baixas dos papéis da companhia. “Isso por consequência deixa a ação mais volátil. Então, alguns deles estão se desfazendo por completo ou reduzindo sua posição”, avalia Lopes.
Para ela, isso pode sinalizar que alguns investidores não veem recuperação da companhia no curto prazo. “Do ponto de vista de aumento do cliente, custo por cliente, aumento por cliente e receita consolidada, tiveram bons números. No entanto, a companhia ainda opera em níveis de prejuízo”, ressalta a analista da Nord.
A perda foi de US$ 45 milhões representa uma melhora de 9% em relação ao prejuízo de US$ 49 milhões durante o mesmo período de 2021. Já a taxa de inadimplência ficou em 4,2%, considerando os atrasos acima de 90 dias. “Com o cenário ainda incerto de juros e inflação, Nubank não deverá conseguir crescer muito sem tentar alguma aquisição mais arriscada para o negócio”, diz Lopes.
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No entanto, o banco brasileiro conseguiu surpreender o mercado ao divulgar o balanço referente ao primeiro trimestre deste ano na noite desta segunda (16). A receita da instituição financeira cresceu 226% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume reportado pela companhia foi de US$ 877,2 milhões, cerca de US$ 246 milhões a mais do valor esperado pelo mercado.
“Ficaram acima das expectativas do mercado, impulsionados principalmente pela receita média por cliente que aumentou em relação ao trimestre anterior”, avalia Guilherme Zanin, estrategista da Avenue. “A companhia viu a sua receita média por cliente ativo aumentar para US$ 6,7 contra US$ 5,6% no quarto trimestre”, acrescenta Zanin.
A redução dos gastos operacionais também foi visto pelo mercado como positiva. Segundo o balanço da companhia, o custo médio mensal de atendimento por cliente ativo apresentou uma queda de 30% em relação ao mesmo período de 2021, ao mesmo tempo em que a instituição financeira aumentou sua base de clientes em 61% em um ano.
Para José Augusto Albino, sócio da Catarina Capital, os ganhos com as operações de créditos foram os principais destaque ao mostrar que a fintech caminha para se tornar um player ainda mais relevante para o mercado. “Hoje mais de 70% do faturamento da empresa vem de operações de crédito. Então realmente conseguiram crescer muito nisso, acelerar muito e já é um player relevante no mercado brasileiro”, ressalta Albino.
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