Os Estados Unidos empurraram a Rússia para mais perto da beira de um calote histórico nesta quarta-feira, ao não estenderem uma licença para que Moscou pague detentores de títulos, conforme Washington aumenta a pressão após a invasão russa da Ucrânia.
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O Departamento do Tesouro dos EUA disse em seu site na terça-feira que deixaria vencer uma licença que expirou à 01h01 (de Brasília) nesta quarta-feira e que permitia que a Rússia fizesse pagamentos de juros e vencimentos de sua dívida soberana a indivíduos dos EUA.
Essa isenção permitiu a Moscou manter os pagamentos da dívida do governo, mas seu vencimento agora parece tornar inevitável o calote de pelo menos alguns de seus 40 bilhões de dólares em títulos internacionais –o primeiro grande calote externo do país em mais de um século.
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“Se os detentores de títulos não receberem seu dinheiro no prazo certo, considerando quaisquer períodos de carência aplicáveis, a Rússia ficará inadimplente em uma dívida soberana”, disse Jay Auslander, sócio do escritório de advocacia Wilk Auslander. “Com o fim da licença, parece não haver maneira de os detentores de títulos serem pagos.”
O Ministério das Finanças russo disse nesta quarta-feira que tinha dinheiro e disposição para pagar, e que Moscou pagará sua dívida externa em rublos, que podem ser convertidos posteriormente na moeda dos eurobônus originais.
O ministério disse que a decisão dos EUA de não estender a isenção que permite à Rússia pagar seus títulos em divisas estrangeiras atingirá primeiro os investidores estrangeiros.
“A economia russa já está sob pesadas sanções, então as consequências imediatas do calote provavelmente não significarão muito para a economia”, afirmou Alexey Bulgakov, chefe de pesquisa de renda fixa da Renaissance Capital.
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Mas a inadimplência impediria Moscou de recuperar o acesso aos mercados internacionais de capitais até que os credores fossem totalmente reembolsados e quaisquer casos legais decorrentes do calote fossem resolvidos.
Um calote poderia criar barreiras ao comércio, se países ou empresas que normalmente fariam transações com a Rússia tiverem regras autoimpostas que os impeçam de fazer negócios com uma entidade inadimplente.