

Usar o dinheiro do FGTS para comprar ações da Eletrobras virou sinônimo de rentabilidade líquida e certa, ou seja, o investidor poderá sacar até 50% e alocar nesta privatização do setor elétrico.
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Usar o dinheiro do FGTS para comprar ações da Eletrobras virou sinônimo de rentabilidade líquida e certa, ou seja, o investidor poderá sacar até 50% e alocar nesta privatização do setor elétrico.
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A princípio parece um negócio da China. Mas será que realmente é?
Primeiramente, precisamos entender o comportamento da população brasileira, em que a maioria é assalariada e não empreendedora, não guarda dinheiro todos os meses, muito menos possui reserva de emergência e mais de 70% está endividada.
Sim, existem também os que investem e, destes, a maior parte ainda deixa o dinheiro na poupança. Seja bem vindo ao Brasil, o país em que a educação financeira avança, principalmente através da imprensa e dos influenciadores, mas ainda somos um país de 220 milhões de habitantes em um território do tamanho de um continente.
Baseado neste cenário, fica claro que o FGTS, para muitos, é a única reserva de emergência. É ele que faz com que o trabalhador que mora em uma comunidade não vá morar na rua se perder o emprego. É através dele que o cidadão de classe média não precise colocar o filho na escola pública se for demitido.
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O governo, quando libera o FGTS, seja um saque para usar para o consumo ou até mesmo para investir em ações, só o faz porque beneficia a si próprio.
Basta ver o histórico. O FGTS já foi liberado para comprar ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) e Vale (VALE3) e agora poderá ser usado para a Eletrobras (ELET6). Sempre beneficia o governo, que precisa arrecadar mais.
Veja, não estou dizendo que investir em ações é ruim, ou que investir em uma elétrica que muito provavelmente terá um grande ganho de eficiência é um mau negócio. O que estou querendo dizer é que oferecer uma possibilidade para uma população que ainda não está pronta para isso é um erro.
Imagina que um trabalhador tenha R$ 20 mil para receber de FGTS e hoje seu custo de vida é de R$ 4 mil. Fazendo uma conta simples, caso ele não tenha nenhum investimento, como a maioria dos brasileiros, ele conseguiria sobreviver por 5 meses.
Entretanto, imagine que esta pessoa pegou 50% do seu FGTS e investiu em Eletrobras. Assim como ocorreu com o Nubank (NUBR33), imagine que as ações em determinado momento caiam 70% em relação ao IPO: ou seja, de R$ 10 mil aportados, agora ele tem apenas R$ 3 mil.
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Se juntarmos os outros R$ 10 mil que sobraram do FGTS com os R$ 3 mil, caso ele fosse demitido teria na mão um total de R$ 13 mil.
Isso significa que, com o custo de vida de R$ 4 mil, ele conseguiria sustentar sua família por pouco mais de 3 meses, em vez de 5.
Esse é o risco de oferecer um investimento concentrado em um único ativo para uma população sem educação financeira. Agora, se você já é investidor, tem reserva de emergência, aplica em renda fixa e variável, não precisa do FGTS para sobreviver, estudou o case Eletrobras, ouviu analistas e viu que o preço que saiu no IPO foi depreciado, a história é outra.
A questão toda não é se vale ou não apenas investir nas ações da Eletrobras. A pergunta correta é: você pode?
Quer saber mais sobre a privatização da Eletrobras? Entre agora no meu grupo gratuito de WhatsApp. Clique aqui: https://bit.ly/3iDJ55f
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