- Fundos multimercados podem ser utilizados para diversificar a carteira de investimentos com a gestão de um especialista de mercado.
- Com aplicações em renda fixa e variável, esses fundos apresentam volatilidade e podem variar negativamente.
- Investidores precisam conhecer todas as regras, as estratégias e os riscos antes de realizar um aporte de recursos.
Os fundos multimercados têm patrimônio líquido superior a R$ 1,5 bilhão, menor apenas que o dos fundos de renda fixa, de acordo com um relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
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“A aplicação pode ser interessante para quem quer investir de forma diversificada, mas não quer fazer isso por conta própria”, explica Leo Dutra, analista de investimentos em renda variável. O gestor desses fundos compra papéis de diversos segmentos para oferecer uma melhor rentabilidade e reduzir os riscos inerentes a setores específicos.
O que é fundo multimercado?
Os fundos multimercados são fundos de investimento que podem alocar recursos em aplicações como renda fixa, ações, derivativos e câmbio. “A quantidade de recurso em cada item depende das características do fundo e da estratégia do gestor que distribui esse recurso em várias aplicações”, comenta Eduardo Edart, especialista em Investimentos.
A modalidade permite a realização de operações com alavancagem, o que aumenta a possibilidade de rendimentos sem a necessidade de um maior aporte de recursos. Dessa forma, o gestor pode fazer o patrimônio do fundo crescer rapidamente caso os investimentos tenham resultado positivo.
Como funciona o rendimento?
O valor das cotas dos fundos multimercados varia diariamente de acordo com a atualização do preços dos investimentos de renda fixa e de produtos de renda variável. Dutra comenta que “a rentabilidade varia muito de fundo para fundo, de acordo com o objetivo, as estratégias utilizadas e o cenário de mercado”.
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Os rendimentos dependem de algum indicador ou estratégia, além da exposição a ativos voláteis negociados em Bolsa. Um fundo pode ter rentabilidade mensal acima de 30% e perder 40% no mês seguinte. “O investidor precisa analisar a estratégia do multimercado e ver o enquadramento dentro do próprio perfil”, recomenda Edart.
Taxas e tributação
Os fundos multimercados, como outros fundos de investimento, cobram taxas para remunerar a gestão dos recursos, como taxa de administração, e podem variar com base no retorno da aplicação (taxa de performance). Quando o investidor faz o resgate, ainda pode haver uma taxa de saída.
O investimento também sofre tributação do Imposto de Renda (IR) na tabela regressiva, como os fundos de renda fixa, que é cobrada de forma semestral a partir dos rendimentos da cota do fundo, conhecido como “come-cotas”.
Alguns fundos têm mais de dois terços do patrimônio líquido aplicado no mercado de ações. Nesses casos, são tributados como fundos de ações, portanto têm alíquota fixa de 15% do IR, independentemente do tempo de aplicação, e não sofrem tributação do come-cotas.
Quais são os riscos?
Os fundos multimercados têm riscos inerentes à própria característica da aplicação, sendo os três principais explicados a seguir.
- Risco de liquidez: um investimento com liquidez diária demora um dia para depositar o recurso após a solicitação de resgaste. “Se o fundo multimercado tiver pouca liquidez, o dinheiro poderá ficar preso durante um período”, comenta Dutra.
- Risco de mercado: representa as oscilações do mercado e todos os aspectos macro e microeconômicos que influenciam a rentabilidade. “Esse risco serve para todas as aplicações de renda variável”, segundo Edart. Caso o investidor decida fazer um resgate em um momento de desvalorização, terá perda financeira.
- Risco de crédito: o fundo pode falir por má administração ou outras complicações dessa ordem. Diferentemente das aplicações de renda fixa, os fundos multimercados não contam com proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
O que observar para investir com segurança em um fundo multimercado?
Ter confiança na gestão da aplicação é fundamental, por isso é importante avaliar o histórico do gestor, bem como a volatilidade dos retornos do fundo e o Índice de Sharpe, que vai medir o quanto de retorno o fundo gera para cada risco que é tomado. Além disso, o investidor precisa ficar atento às taxas e saber se elas estão de acordo com a perspectiva de retorno do fundo. Outro ponto relevante é a liquidez do fundo e em quanto tempo poderá ser feito o resgate.
“Para entender todos esses aspectos, é essencial ler cuidadosamente a lâmina do fundo, bem como o prospecto e o regulamento”, recomenda Dutra. Os documentos estabelecem todas as regras das aplicações, a estratégia, o aporte inicial, os demais aportes e as taxas cobradas.
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