Com a Selic a 13,75% ao ano, cresce a defasagem de rentabilidade da poupança em relação aos outros investimentos disponíveis no mercado.
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Por uma decisão do Banco Central (BC), adotada em 2012, a rentabilidade da poupança varia conforme o patamar da taxa Selic. Ou seja, quando Selic estiver igual ou abaixo de 8,5%, o rendimento da poupança corresponde a 70% da taxa de juros mais a taxa referencial.
No entanto, quando a Selic estiver acima de 8,5% a.a, a rentabilidade muda e passa para 0,5% ao mês mais o pagamento da taxa referencial (TR). Na prática, a mudança traz um retorno de apenas 6,17% em um ano.
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Na prática, caso uma pessoa tenha R$ 1 mil aplicados na caderneta de poupança, o dinheiro só renderia R$ 5 por mês. Para ter um retorno acima de R$ 100, o investidor precisaria esperar dois anos. Já quem aplica cerca de R$ 50 mil, o retorno mensal seria de apenas R$ 250.
Por outro lado, há outros produtos financeiros que oferecem retornos bem mais atrativos do que a tradicional caderneta de poupança. Segundo Rafael Canto, head de investimentos da Lifetime Investimentos, para o investidor com o perfil mais conservador, o Tesouro Selic pode ser uma alternativa por ser um dos investimentos mais seguros do mercado e ainda acompanha o movimento da taxa básica de juros.
“É um investimento que possui liquidez diária. Então, o investidor pode pedir resgate em um dia e ter o crédito em conta no dia seguinte”, detalha Canto. Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) também podem ser outras opções de investimentos mais interessantes do que a poupança.
“São títulos com Fundo Garantidor de Crédito (instrumento de proteção ao patrimônio do investidor em casos de falência de instituições financeiras) de até R$ 250 mil. Os CDBs possuem descontos de Imposto de Renda, enquanto as LCIs e LCAs são isentos de IR”, acrescenta Canto.
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Já para quem segue fazendo reservas financeiras com objetivo de longo prazo, Bruno Brostoline, Analista de Renda Fixa da Ativa Investimentos, acredita que os ativos indexados à inflação (IPCA) podem ser interessantes porque esses produtos conseguem proteger o seu poder de compra ao longo do tempo.
“Em um cenário de longo prazo, os títulos indexados ao IPCA sempre trazem retornos interessantes. Podem entrar também as debêntures incentivadas que são isentas de imposto de renda e indexadas ao IPCA”, sugere Brostoline.