A semana começou com tom mais negativo nos mercados internacionais, com os investidores ajustando posições após corte inesperado da taxa de juros na China para estimular a economia, em meio à divulgação de dados de atividade industrial, do setor imobiliário e de vendas no varejo no país piores que o esperado em julho. Com isso, commodities como minério de ferro, cobre e petróleo recuam, bem como os juros dos treasuries. Enquanto isso, o dólar se fortalece ante as demais moedas, refletindo a busca por segurança. Ainda pela manhã, o sentimento de aversão ao risco foi reforçado por dados piores que o previsto da indústria nova-iorquina. O índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições da manufatura no Estado de Nova York, caiu a -31,3 em agosto contra estimativa de queda a 5,0 – o indicador é o mais baixo desde de maio de 2020, auge da Covid-19. Porém, no início da tarde, as bolsas em NY ganharam fôlego e passaram a operar em alta. Apesar da queda das ações do setor de energia, por conta da fraqueza do petróleo, vários outros setores exibem ganhos, como serviços, comunicação, tecnologia, industrial e consumo. Com a melhora das bolsas americanas, os mercados acionários na Europa também reverteram o movimento de queda e fecharam em leve alta.
No Brasil, o exterior adverso pela manhã abriu espaço para realização de lucros nos mercados, mas o movimento perdeu força no fim da manhã. O Ibovespa passou a operar próximo da estabilidade, com a melhora do movimento das ações das Petrobras e sustendo pelas ações dos setores de consumo, varejo, imobiliário e tecnologia.
O relatório Focus, divulgado hoje, com expectativa de queda para o IPCA de agosto e crescimento do PIB em 2022 e 2023 apoia a alta das ações destes setores, bem como a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que foi considerada “dovish” (suave) pelo mercado e reforça as perspectivas de que o ciclo de aumento de juros está no fim.
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Além disso, a economia brasileira voltou ao campo positivo em junho após os recuos de maio e abril, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O indicador subiu 0,69%, acima da mediana das estimativas que era de avanço de 0,38%. No mercado de câmbio, o dólar frente ao real tinha alta de 0,17% cotado aos R$ 5,08.
Os juros subiam mais cedo, mas com o câmbio já menos pressionado e taxas treasuries em baixa, a curva doméstica perdeu inclinação. As taxas com vencimentos mais curtos mostram estabilidade e as demais, queda, com o mercado reagindo à declarações do presidente do Banco Central.