A semana começa a segunda-feira (29) com o mesmo tom de cautela registrado nos mercados internacionais na última sexta-feira. Bolsas europeias e os índices futuros de Nova York ampliam as perdas ainda em reação ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, sinalizando que a instituição continuará elevando juros mesmo causando “alguma dor” à maior economia do mundo.
Para completar o cenário, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) também alertaram, no sábado, durante o simpósio de Jackson Hole, que a instituição precisará continuar com movimento de alta dos juros de forma agressiva para conter a inflação do bloco.
Na contramão desse pessimismo, os contratos futuros do petróleo operam em alta nesta manhã de segunda-feira, ampliando os ganhos da semana passada sob reflexo das expectativas de uma maior restrição na oferta da commodity depois que Líbia e Congo se juntaram à Arábia Saudita no apoio à visão de que cortes na produção podem sem necessários para estabilizar o mercado.
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Com o mau humor no exterior é improvável que os ativos no Brasil sigam trajetória destoante, ainda que preços do petróleo em alta possam amortizar parte dos efeitos negativos – embora outra commodity relevante para o mercado nacional, o minério de ferro, tenha recuado mais uma vez durante a madrugada. As projeções da Pesquisa Focus, do Banco Central, típicas no início da semana, assim como os dados do mercado de trabalho, devem ficar em segundo plano ao que tudo indica.
Agenda econômica (29/08)
Brasil: O destaque da semana, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, será divulgado na quinta-feira. Hoje, estão previstos a Pesquisa Focus (8h30), os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho e as notas de crédito de maio e junho (9h30). Entre os eventos, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, fala em evento internacional (10h) e o Tesouro divulga o relatório mensal da dívida pública do mês de julho (14h30).
Nos próximos dias também são esperados os dados do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de agosto, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do trimestre até julho e os dados do governo central de julho, amanhã, com as estatísticas fiscais atualizadas dos meses de junho e julho.
Além disso, estão previstos os dados do setor público consolidado do mês passado, na quarta-feira, a balança comercial e o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) de agosto na quinta-feira e, finalmente, o Índice de Preços ao Consumidor do município de São Paulo calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) de agosto e a produção industrial de julho, na sexta-feira.
EUA: Eventos com dirigentes do Federal Reserve, que têm poder de voto nas decisões monetárias este ano, como a vice-presidente Lael Brainard (hoje, às 15h15), o presidente da distrital de Nova York, John Williams (terça-feira) e Loretta Mester, de Cleveland (quarta-feira), serão acompanhados pelos investidores, mas a publicação do relatório oficial de empregos de setembro, o payroll, na sexta-feira, é o destaque absoluto da semana. O Índice de Gerente de Compras (PMI) também fica no radar, na quinta-feira, mas aparentemente com efeito limitado.
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Europa: A agenda conta com a leitura preliminar de agosto do índice de preços ao consumidor (CPI) da Alemanha, amanhã, da zona do euro, na quarta-feira, além dos PMIs da zona do euro e Alemanha, na quinta-feira.