Tal como foi o final de agosto, setembro começa um sentimento de maior aversão a risco no exterior ainda em meio a números preocupantes sobre a atividade econômica na China e na Europa e as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) possa manter uma postura mais austera e elevar os juros básicos em mais 0,75 ponto porcentual na reunião deste mês.
As principais bolsas europeias recuam nesta manhã de quinta-feira (01), assim como os índices futuros de Nova York sugerem mais um dia de perdas nos Estados Unidos.
Contribuindo para esse cenário mais negativo, os contratos futuros do petróleo operam em baixa pelo terceiro dia seguido, apesar das expectativas por uma oferta limitada daqui em diante. O mesmo desempenho mostra o contrato futuro do minério de ferro mais negociado, para entrega em janeiro, em Dalian, que recuou 1,17%, para US$ 97,99 por tonelada.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A aversão ao risco também se faz presente no mercado global de câmbio, em que o índice DXY, que mede as variações do dólar frente a outras seis divisas relevantes, opera em alta.
O mau humor externo generalizado deve testar novamente a força do mercado brasileiro, que vem conseguindo se manter relativamente imune ao pessimismo internacional. De qualquer forma, para além do cenário global, existem fatores locais que podem pesar sobre os negócios, como a divulgação da proposta de orçamento em 2023 prevendo a extensão de alguns benefícios e as desonerações dos combustíveis, sugerindo um ambiente fiscal mais desafiador.
Contudo, a possibilidade de mais cortes nos preços de combustíveis pela Petrobras podem aliviar a pressão sobre os juros futuros com prazos mais curtos.
Agenda econômica (01/09)
Brasil: A agenda tem como destaque a divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre (9h00). Logo cedo (8h00), tivemos a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) de agosto, que mostrou deflação de 0,57%, vindo de uma queda de 1,19% em julho. Durante a tarde, a balança comercial de agosto será divulgada (15h00).
Assim como nas últimas semanas, o Tesouro faz leilão de títulos prefixados (LTN e NTN-F), pela manhã (11h), podendo aliviar as pressões sobre a curva de juros vindas do exterior.
Publicidade
EUA: Os pedidos de auxílio-desemprego (9h30) e os índices de gerente de compras industrial (PMI,) medidos pela S&P Global (10h45) e ISM/Chicago (11h00) são os principais indicadores do dia. Entre os eventos, está prevista uma participação em evento do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic (16h30).
Europa: Os PMIs da Alemanha e da zona do euro caíram aos menores níveis em 26 meses, ambos apontando para contração econômica (com resultados abaixo dos 50 pontos). O PMI do Reino Unido também caiu e está em contração, mas ficou acima do esperado. As vendas no varejo alemão, por sua vez, subiram 1,9% em julho, acima do previsto (0,3%).
China: O PMI industrial apurado pela Caixin recuou de 50,4 para 49,5 em agosto, entrando novamente no território contracionista.