Pós-Merge, ethereum está entre as maiores quedas do mês. (Foto: Envato)
O mês de setembro foi um período de indefinição no mercado de criptomoedas, com altas e baixas em diferentes ativos sem uma direção única. As maiores criptos do mercado mostram esse cenário, com desempenhos opostos no período. O bitcoin (BTC) subiu 1,24% no mês, enquanto o ethereum (ETH) desvalorizou 10,69%, mostra o levantamento mensal da QR Asset Management.
Apesar de não ser a maior desvalorização para o período, a queda do ethereum chama a atenção pois ocorreu no mês em que a criptomoeda realizou o ‘The Merge’, nome dado ao processo de transição do mecanismo de proof-of-work (prova de trabalho) para o proof-of-stake (prova de participação). Na prática, a mudança altera a dinâmica da emissão de ETH, moeda nativa da rede do ethereum, e a forma de validar os blocos (que formam a rede de blockchain e onde são registradas as informações das transações de criptomoedas).
Depois de toda a animação vista com o processo, o ativo teve forte queda pós-Merge por causa de uma ameaça regulatória dos tokens.
“O presidente da SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos), Gary Gensler, deu sinais de que poderia considerar o ETH como valor mobiliário após a mudança do mecanismo de consenso da rede Ethereum para Proof of Stake. Isso porque os detentores de Ether passariam a auferir renda caso decidam depositar seus tokens no contrato de staking (forma de remuneração para investidores que fornecem suas criptomoedas para ajudar a validar transações em uma rede blockchain)”, explica Theodoro Fleury, gestor da QR Asset.
Entre os destaques positivos, quem puxa a lista é a XRP, com 53,02% de alta frente ao real. O token, ligado à empresa de soluções de pagamentos Ripple Labs, trava há cerca de dois anos uma batalha judicial contra a SEC e, desde então, a cotação da criptomoeda oscila de acordo com as decisões jurídicas. Em setembro, a XRP teve uma vitória nos tribunais, o que justifica grande parte da alta registrada no mês, diz Fleury.
Outros ativos de destaque no período foram o ALGO, token nativo da rede Algorand, com alta de 27,98%; o Chainlink (LINK), que subiu 19,55%; e o ATOM, token da rede Cosmos que já havia sido o melhor ativo de agosto, com alta de 15,16%.