- Pagar a faculdade, fazer um intercâmbio, investir no primeiro negócio; muitos pais fazem uma reserva financeira para as crianças para ajudá-los com seus objetivos no futuro
- Embora haja várias opções de ativos disponíveis no mercado para começar a construir essa reserva, os fundos de previdência privada se destacam
- Com vantagens tributárias, esses fundos são boas opções para construir uma reserva financeira para os pequenos
Além de ser o dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro também é celebrado o Dia das Crianças. Muitas famílias aproveitam a ocasião para se reunir e presentear os pequenos com brinquedos, roupas e eletrônicos.
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Mas uma outra opção tem entrado na lista dos pais e familiares como uma alternativa de presente voltado para o futuro das crianças: os investimentos.
Com bastante tempo para planejar, é possível que os pais comecem desde cedo uma reserva financeira que possa ajudar os pequenos nos próximos anos para pagar a faculdade, fazer um intercâmbio, investir no primeiro negócio ou começar a vida adulta com a casa ou carro próprio.
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Embora haja várias opções de ativos disponíveis no mercado para começar a construir essa reserva, os fundos de previdência privada se destacam.
Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), os recursos da modalidade destinados a menores de 18 anos alcançaram R$ 32 bilhões em reservas no País. Somente entre janeiro e agosto de 2022, foram aportados R$ 1,75 bi – um aumento de 28,9% em relação ao mesmo período de 2021.
Frederico Mesnik, CEO e sócio-fundador da Trígono, explica que a grande vantagem que esses fundos oferecem é tributária. “ Quanto mais tempo você deixa o seu dinheiro em um fundo de previdência, menos imposto você paga ao resgatar”, diz.
Pela tabela regressiva do imposto de renda, o mínimo que se paga de impostos sobre o rendimento em um investimento no Tesouro Direto, por exemplo, é 15% para títulos com vencimento superior a dois anos. Nos planos de previdência, se o investidor deixar o dinheiro por mais de dez anos, o valor cobrado em tributos cai para 10%.
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E, falando de um investimento pensado para acompanhar o crescimento de uma criança, não é tão difícil alcançar os 10 anos. “A criança vai precisar do dinheiro para a faculdade, para um casamento ou um apartamento, e ela está pelo menos dez anos distante dessa realidade. Mas quem achar que pode precisar tirar esse dinheiro antes de cinco anos, é melhor não investir ou pode ter prejuízo em relação à renda variável”, destaca Mesnik.
A ideia, portanto, é usar o tempo a seu próprio favor e começar a construir essa reserva o quanto antes. Assim, é possível ir fazendo aportes pequenos e periódicos de acordo com a realidade de cada investidor. Nesse sentido, é mais importante começar cedo do que já ter um grande montante para alocar.
“Aportes regulares e mensais são a melhor estratégia na minha opinião. Existem estudos que mostram que isso pode maximizar o ganho e minimizar o estresse quando os mercados vão mal”, diz Rodrigo Knudsen, gestor da Empiricus Investimentos. “É pegar um pedacinho do salário e colocar; tem diversos planos que permitem aportes mensais pequenos”.
Como escolher
Na hora de escolher em qual fundo investir, algumas coisas precisam ser levadas em consideração. O primeiro é escolher entre as duas modalidades da previdência privada: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Geradora de Benefício Livre). No primeiro, o imposto é cobrado em cima do valor total investido, enquanto, no segundo, somente em cima dos rendimentos.
Em sua coluna do E-Investidor, a sócia-fundadora da Nord Research Marilia Fontes explica qual das duas podem mais sentido para o investidor. Leia aqui.
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O segundo ponto de atenção é que as estratégias de alocação podem variar de fundo para fundo, umas com mais, outras com menos risco. Ernesto Leme, CCO da Principal Claritas, explica que uma das vantagens de fazer esse investimento com uma perspectiva de longo prazo é poder adotar um perfil mais arrojado.
“Um jovem tem a possibilidade de ter uma carteira dentro do plano de previdência com um risco muito maior do que aquela pessoa que já está em uma fase mais tardia na vida”, afirma. Isso porque os adultos têm uma possibilidade maior de precisar dos recursos de forma mais imediata, enquanto as crianças ainda têm o suporte financeiro dos pais e podem deixar o fundo intocado por anos seguidos.
Assim, dá para alocar mais em ações e fundos mais arriscados, porque há tempo para recuperar eventuais perdas. “Um portfólio mais arriscado tem perspectiva de retorno mais atraente no longo prazo”, pontua Leme.
O CCO destaca que é preciso também ficar de olho nas taxas de administração cobradas e no gestor responsável por aquele fundo de previdência, para saber por quem e como seu dinheiro está sendo gerido.
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Embora a recomendação dos especialistas sejam os fundos de previdência privada, é possível construir uma reserva e um pequeno patrimônio financeiro para as crianças por meio de outros ativos.
Para quem preferir essa opção, Leme recomenda as NTN-Bs, também conhecido como Tesouro IPCA+. Além de ser um título público, de baixo risco visto que é pago pelo governo, esses ativos estão atrelados à inflação e conseguem proteger o portfólio de desvalorizações da moeda no longo prazo. “Com investimentos a partir de R$ 30, é possível comprar um título do Tesouro, que hoje estão pagando um juro real bem atraente”, diz.
A boa e velha bolsa de valores também pode ser uma opção. Tudo vai depender dos objetivos do investidor. “Se for para um objetivo de muito longo prazo, como pagar a faculdade daqui a 18 anos, eu iria de 100% de renda variável”, diz Felipe Pontes, diretor educacional e de P&D do TC.
“Agora, se for, por exemplo, para pagar uma viagem com a turma da escola ou formatura do ensino médio daqui a cinco anos, eu já faria um balanceamento maior de cara com renda fixa pós-fixada, mas também com ações na carteira”, explica.
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