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Vale (VALE3): o que fazer com as ações diante dos riscos da China?

O mercado chinês corresponde a 54% das receitas da mineradora

Vale (VALE3): o que fazer com as ações diante dos riscos da China?
A Vale (VALE3) é uma das principais companhias listadas no Ibovespa. (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
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  • As incertezas econômicas e política na China podem impactar diretamente nos resultados da Vale (VALE3) por ser o seu principal parceiro comercial
  • De acordo com os dados do TradeMap, enviado com ao E-Investidor, no acumulado de outubro, os papéis da mineradora apresentam um recuo de 0,15%
  • Apesar da preocupação, a companhia continua sendo uma companhia atrativa em virtude da qualidade do seu minério de ferro

As incertezas no campo econômico e político na China tornam as ações da Vale (VALE3) mais suscetíveis à volatilidade na Bolsa de Valores. Como o país asiático responde por mais da metade das receitas da companhia, de acordo com os dados referentes ao segundo trimestre, a mineradora torna-se refém dos desdobramentos dos riscos envolvendo este mercado.

Um deles é a possibilidade do Produto Interno Bruto (PIB) da China não alcançar a meta dos 5,5% no acumulado de 2022 estabelecida pelo governo. Embora a economia chinesa tenha crescido 3,9% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2021, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas do país, o avanço de janeiro a setembro é apenas 3%, dois e meio pontos porcentuais a menos do que a expectativa para o fim do ano.

O grande entrave para o aquecimento da economia chinesa está na política de combate a proliferação da Covid-19. Enquanto a maioria dos países voltou ao normal com o processo de vacinação em massa, as cidades chinesas ainda seguem submetidas a restrições em virtude da proliferação do vírus. Há ainda crise no setor imobiliário, com o problema de solvência de grandes empresas, como a Evergrande, que afeta ainda mais o crescimento do mercado chinês.

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No campo político, a reeleição de Xi Jinping para o seu terceiro mandato também aumenta as incertezas em torno do direcionamento da economia chinesa. Com a consolidação de mais governo de Jinping, o mercado reagiu de forma negativa com o receio de uma política mais intervencionista para os próximos anos.

Neste contexto, as ações da Vale tendem a sofrer quedas em virtude da instabilidade na economia do seu principal parceiro comercial e também do pessimismo no cenário macroeconômico. “Tanto a desaceleração econômica da China, sendo a de maior impacto, quanto a recessão global (com o início do ciclo de aperto monetários nos principais mercados) impactam no preço do minério de ferro no mercado internacional (principal commodity da Vale)”, afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus.

 Segundo dados do TradeMap, as ações da Vale acumularam uma queda de 6,82% neste mês de outubro. O desempenho negativo também persiste no intervalo de janeiro a outubro deste ano, período em que as ações apresentaram uma desvalorização de 5,95%. No pregão desta quinta-feira (3), a cotação do papel também encerrou com uma derrocada de 2,92%, negociado a R$ 67,15.

O que fazer?

A boa notícia é que, mesmo com a volatilidade no curto prazo, a Vale continua sendo uma companhia interessante para o mercado devido à qualidade do seu minério de ferro e, por isso, não deve fugir do radar do investidor.  Mário Goulart, analista de CNPI e criador do canal no Youtube “O Analisto”, elenca três motivos: a companhia segue produtiva, é competitiva em virtude da qualidade do seu minério de ferro e o preço do papel negociado na Bolsa está atrativo diante do seu potencial retorno.

“O Price-to-Earnings (preço sobre lucro) da Vale segue a 3,39. Isso é muito baixo. Ou seja, em dados atuais, o investidor recuperaria em quase quatro anos o seu investimento em uma ação da Vale. O investidor vai ter um ativo de qualidade por um preço razoável”, afirma Goulart.

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Spiess compartilha da mesma visão. Embora a Empiricus tenha reduzido posição na mineradora devido às estimativas de desaceleração econômica, ele afirma que a companhia deve ganhar um protagonismo interessante nos próximos anos – em uma perspectiva de médio e longo prazos – com as mudanças das cadeias globais para uma infraestrutura mais verde.

“A criação de cadeias globais pautadas em segurança alimentar, segurança energética e segurança logística vai demandar criação de novas infraestruturas e, consequentemente, o minério de ferro vai ser bastante demandado”, diz.

Esse, no entanto, não é o único motivo. Segundo Spiess, a companhia também possui projetos que devem colocá-la em uma posição competitiva no mercado. “A empresa possui vários projetos de outros materiais ligados à economia verde, como o níquel”, afirma.

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