- Da perspectiva do mercado, não se opera com base em preferências políticas e ideológicas, mas em fatos
- Todo acontecimento que possa significar avanço ou retração da atividade econômica irá resultar numa reação por parte dos investidores
- Aproveitar as oportunidades de cada ciclo econômico depende da dedicação para estudar e não ficar à mercê dos acontecimentos
Se você acompanha o mercado financeiro, certamente já escutou vários economistas dizendo que o mercado não gosta de indefinições. Isso é um fato que as movimentações dos últimos dias têm corroborado.
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Logo após a confirmação da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tivemos um breve otimismo no mercado, e este decorria muito mais do fato de, finalmente, termos a definição do nome do novo governante, do que pelo nome em si.
Óbvio que aspectos subjetivos ligados a este resultado também têm influência na reação do mercado, mas, vou me ater ao fato principal, pois a ideia aqui é que você compreenda o racional desse tipo de cenário.
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Da perspectiva do mercado, não se opera com base em preferências políticas e ideológicas, mas sim, em fatos. Por mais que, para alguns, o mercado financeiro pareça um ente apartado de toda a realidade cotidiana, o que acontece é exatamente o inverso.
É através do dinheiro circulante no mercado de capitais que as empresas conseguem viabilizar suas operações e, dessa forma, fomentar o crescimento do País, através de mais produção, geração de empregos, circulação de bens e serviços tanto no mercado interno quanto no externo.
Sendo assim, todo acontecimento que possa significar avanço ou retração da atividade econômica em um ou mais setores, irá resultar numa reação por parte dos investidores, sempre em busca de se antecipar às tendências e mitigar potenciais perdas.
Por que isso é importante? Como investidor, você deve compreender que, no curto prazo, a volatilidade sempre estará presente, refletindo em maior ou menor grau, o risco que o cenário sinaliza. Isso irá te ajudar a não agir de forma intempestiva, alterando suas posições o tempo todo, ao sabor dos humores do mercado.
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Uma coisa é ter um percentual de seu capital destinado a “tiros curtos”, ou seja, aproveitar oportunidades pontuais em meio à volatilidade. Outra coisa é agir com a manada e ficar alterando toda sua carteira continuamente em função dos acontecimentos. Isso não te levará a lugar nenhum.
Assim como o fim da indefinição quanto ao nome do presidente para o período 2023-2026 trouxe otimismo, as novas incertezas que pairam no ar já reverteram essa tendência, e o que temos visto esta semana é a Bolsa em queda e o dólar em alta, pautados por uma série de questões internas e externas, entre elas:
- Aumento da tensão geopolítica internacional causada pelo conflito Rússia X Ucrânia, depois que mísseis atingiram a Polônia deixando dois mortos, e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) passou a investigar a ocorrência;
- Resultados das vendas do varejo norte-americano superando as previsões e pressionando a inflação;
- Questões locais: aversão ao risco decorrente de indefinição quanto ao nome do novo ministro da economia e incerteza fiscal causada pela PEC da transição que, se aprovada, exclui do teto de gastos algo em torno de R$ 175 bilhões, aumentando as despesas do governo com programas sociais.
Mesmo uma definição ruim é melhor do que a completa incerteza
Em um cenário desafiador, porém definido, os mercados conseguem analisar tendências e traçar estratégias, enquanto que em meio à total indefinição, tudo o que se pode fazer são suposições. Isso eleva o risco e afugenta investimentos.
No longo prazo, os fundamentos de empresas consolidadas tendem a se manter, diluindo assim os efeitos da volatilidade e assegurando ganhos aos investidores. Por isso é tão importante que você tenha uma estratégia de investimento para o longo prazo balizada pelos fundamentos das empresas, e não pelos acontecimentos cotidianos na política e economia.
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Minha recomendação, como educador, é que você dedique algum tempo a aprender sobre os tipos de investimento disponíveis no mercado e como fazer alocação estrutural de recursos de acordo com suas metas.
Dedicando a esse estudo, por exemplo, meia hora por dia, você conseguirá em poucos meses ter autonomia na escolha de seus ativos, além de aprender como e quando aproveitar oportunidades de curto prazo mesmo em mercados voláteis.
A economia se movimenta em ciclos e não está ao seu alcance influenciar no ritmo e duração deles, contudo, aproveitar melhor as oportunidades de cada ciclo depende exclusivamente da dedicação que você coloque em estudar para não ficar à mercê dos acontecimentos. Pense nisso!