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- O banco está lutando contra uma indenização de 600 milhões de dólares em danos pela conduta indevida de um antigo banqueiro da instituição
- Advogados do Credit Suisse Life Bermuda, unidade de seguro de vida da companhia identificada como responsável pelos erros, estão dispostos a desafiar o pedido de pagamento quando o julgamento de apelação começar
- Esse foi o revés legal mais recente em um ano difícil para o banco, que acabou sendo condenado criminalmente por não impedir a lavagem de dinheiro em junho e a saída de dezenas de bilhões de clientes
Os esforços feitos pelo Credit Suisse para se recuperar de um ano repleto de problemas jurídicos, além da perda de confiança dos seus investidores, se voltam para um tribunal nas Bermudas nesta semana. O banco está lutando contra uma indenização de US$ 600 milhões em danos pela conduta indevida de um antigo banqueiro da instituição.
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Advogados do Credit Suisse Life Bermuda, unidade de seguro de vida da companhia identificada como responsável pelos erros, estão dispostos a desafiar o pedido de pagamento quando o julgamento de apelação começar. A porta-voz do banco suíço recusou comentar sobre o caso.
Um juiz das Bermudas reconheceu os danos sofridos pelo cliente do banco e bilionário georgiano Bidzina Ivanishvili em março, após decidir que o Credit Suisse Life fez “vista grossa” ao lidar com o condenado por fraude e ex-funcionário da instituição Patrice Lescaudron pela utilização indevida do dinheiro de Ivanishvili.
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Segundo o banco, o francês condenado em 2018 era um lobo solitário que escondia suas atividades criminosas de colegas e supervisores. Contudo, o juiz Narinder Hargun decidiu que a unidade da instituição financeira em questão detinha a responsabilidade pois “a Credit Suisse Life sabia sobre a conduta incorreta do Sr. Lescaudron e poderia – e deveria saber – das suas transgressões futuras”.
O porta-voz de Ivanishvili também optou por não comentar sobre o assunto antes do resultado da apelação. A Credit Suisse já reservou um valor específico para os danos, os quais estão sendo postos sob custódia enquanto aguardam o resultado do recurso.
Ivanishvili também acusou um credor suíço em Cingapura pelo que o georniano afirmou resultar em US$ 800 milhões em perdas. O Credit Suisse Trust em Cingapura admitiu, durante um julgamento em setembro, que não informou o cliente bilionário sobre as transferências realizadas sem sua autorização, o que pode resultar em uma reviravolta inesperada no resultado do julgamento.
Esse foi o revés legal mais recente em um ano difícil para o banco, que acabou sendo condenado criminalmente por não impedir uma lavagem de dinheiro em junho e a saída de dezenas de bilhões de clientes. O Credit Suisse está apelando contra a condenação.
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Um advogado do CS Life Bermuda argumenta que, embora a seguradora não conteste a decisão do juiz das Bermudas ou o valor, há um espaço limitado em respeito ao pagamento dos danos sofridos pelo cliente. As Bermudas aprovaram uma legislação em 2000 que visava criar entidades denominadas “empresas de contas segregadas”, permitindo a divisão legal de ativos e passivos financeiros em contas separadas.
A compensação “deve ser paga e paga apenas com os ativos das contas separadas”, argumentou o advogado da instituição. O advogado de Ivanishvili rebateu que tal argumento era um absurdo, pois sugeria que o passivo deveria ser reembolsado com os “próprios ativos do autor”.
* Tradução feita por Maria Clara Matos