- A ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, disse que ela e Sam Bankman-Fried sabiam do esquema de fraude
- Ellison afirmou em audiência no dia 19 que ela e Bankman-Fried conspiraram para roubar bilhões de dólares de clientes da FTX
- Gary Wang, co-fundador da FTX e Diretor de Tecnologia, disse ter sido “orientado” a fazer alterações no código da plataforma da exchange para privilegiar a Alameda e que declarações falsas estavam sendo feitas a clientes e investidores
A ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, disse que ela e Sam Bankman-Fried, co-fundador da FTX, entraram em acordo para enganar os investidores da exchange, segundo documentos liberados na sexta-feira (23).
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Ellison afirmou em audiência no dia 19 de dezembro que ela e Bankman-Fried conspiraram para roubar bilhões de dólares de clientes da FTX. Ela se declarou culpada de sete acusações criminais, de acordo com uma transcrição do tribunal relatada pelo Wall Street Journal e Bloomberg. “Eu sabia que estava errada”, disse.
Ellison também acrescentou que sabia que a Alameda tinha acesso a “uma linha de crédito ilimitada sem ser obrigada a prestar garantias, sem ter saldos negativos e sem estar sujeita a chamadas de margem.”.
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A ex-CEO também declarou conhecimento de que o acordo era ilegal e que a maioria dos clientes da FTX “não esperava que a FTX emprestasse seus ativos digitais e depósitos em moeda fiduciária para a Alameda dessa maneira”.
Ellison também admitiu que ela e Bankman-Fried enganaram os credores e elaboraram demonstrações financeiras falsas para ocultar o valor dos empréstimos da Alameda, incluindo bilhões em empréstimos feitos a executivos da FTX.
Gary Wang, co-fundador da FTX e Diretor de Tecnologia, disse ter sido “orientado” a fazer alterações no código da plataforma da exchange para privilegiar a Alameda e que declarações falsas estavam sendo feitas a clientes e investidores.
O que aconteceu na FTX
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Sam Bankman-Fried, fundador da negociadora de criptomoedas Alameda Research e da FTX, foi o pivô de uma das maiores crises na história do mercado de ativos digitais. A FTX era uma das maiores exchanges do mundo, ao lado da Binance.
A derrocada da exchange começou com uma reportagem mostrando que o balanço patrimonial da Alameda Research era composto principalmente de tokens sem liquidez, incluindo o FTT, da FTX.
Os indícios de falta de liquidez fizeram com que os investidores tentassem sacar seu patrimônio da corretora, que mostrava não ter capacidade monetária suficiente para pagar os investidores.
As duas empresas também haviam tomado empréstimos tendo o FTT como uma moeda colateral. Na prática, essa situação aumenta ainda mais o prejuízo das duas companhias, uma vez que a moeda servia de garantia para o empréstimo e ela perdeu o seu poder de compra.
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Diante da situação, a FTX suspendeu os saques de usuários da plataforma e o temor entre os investidores ocasionou uma venda em massa do token de governança FTT. A corrida aos depósitos na exchange expôs um buraco de US$ 8 bilhões em suas contas.