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Itaú diz que é ‘leviano’ atribuir a bancos responsabilidade por contabilidade de empresas

Bancos acreditam que o trio de acionistas da Americanas tem tentado empurrar responsabilidade por problema contábil da varejista

Itaú diz que é ‘leviano’ atribuir a bancos responsabilidade por contabilidade de empresas
Fachada de agência do Itaú (FOTO:Estadão Conteúdo / Ricardo Lisboa)

O Itaú Unibanco afirmou nesta terça-feira (24) que as cartas de circularização são apenas um instrumento de apoio às auditorias na verificação de informações contábeis fornecidas pelas companhias. Além disso, disse que é “leviana” a tentativa de atribuir aos bancos responsabilidades sobre práticas irregulares de empresas.

“O Itaú Unibanco esclarece que a elaboração e aprovação das demonstrações financeiras que espelhem a realidade da companhia são responsabilidade única e exclusiva da administração da empresa, incluindo sua diretoria e seu conselho, e sem nenhuma influência dos bancos ou outros credores”, disse o banco, em nota à imprensa.

“Os saldos das operações também sempre foram reportados no Sistema Central de Risco, mantido pelo Banco Central. Dessa forma, é leviana a tentativa de atribuir aos bancos qualquer responsabilidade sobre as práticas contábeis irregulares da empresa”, prosseguiu o Itaú.

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Como mostrou o Broadcast, as cartas foram ao epicentro da disputa entre os bancos credores da Americanas e os acionistas de referência da varejista, que no domingo, divulgaram nota em que afirmaram que os bancos sempre aprovaram as cartas encaminhadas pelos auditores que aprovavam as demonstrações financeiras da companhia.

A manifestação enfureceu os bancos, que subiram o tom e ameaçam inclusive deixar de fazer operações financeiras com outras empresas que tenham a presença do trio formado por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. As instituições acreditam que o trio tem tentado empurrar a elas a responsabilidade por um problema contábil que ocorreu na varejista.

As cartas de circularização são documentos em que os auditores independentes checam, com partes de fora das companhias, as informações reportadas nos balanços. No caso dos bancos credores, é através delas que se confere se o saldo de operações informado pelas companhias bate com os créditos concedidos a elas e registrados nas instituições financeiras.

Fontes do setor alegam que ao argumentar que os bancos chancelaram os balanços ao dar o aceite às cartas, os acionistas dão a esse documento um peso que ele não possui. “A carta é apenas um meio de confirmação”, alega uma dessas fontes, que destaca ainda que as demonstrações financeiras de qualquer companhia são validadas tanto pela administração quanto pelo conselho.

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Neste processo, a companhia informa os saldos que possui junto aos bancos ou a outras partes, e o auditor, através das cartas de circularização, confirmam se o saldo informado está ou não correto.

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