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Treasuries: juros sobem, com CPI dos EUA e sinalizações do Fed em foco

Dirigentes do BC americano continuam reforçando a necessidade de aperto monetário

Treasuries: juros sobem, com CPI dos EUA e sinalizações do Fed em foco
Foto: Envato Elements

Os retornos dos Treasuries subiram nesta terça-feira, depois de uma sessão volátil, em que prevaleceu a percepção de que a inflação americana está desacelerando de forma lenta, o que praticamente anulou as poucas expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa vir a cortar juros ainda neste ano. Além disso, dirigentes do BC americano continuam reforçando a necessidade de aperto monetário.

No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,634%, após ter chegado ao nível máximo de 2023, a 4,638%. Já o da T-note de 10 anos avançava a 3,759%, e do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,794%.

Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, o CPI subiu 0,5% em janeiro ante dezembro, ao passo que apenas o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, avançou 0,4% no período. Ambos os dados vieram em linha com a mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Contudo, na comparação anual, o CPI dos EUA subiu 6,4%, e o núcleo do CPI teve incremento 5,6% no mês passado, superando as previsões de analistas.

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Monitoramento do CME Group mostra que a chance de que o Fed corte os juros básicos dos Estados Unidos ainda em 2023 reduziu após a publicação CPI, de 4,6% ontem para 0,9%, por volta das 18h (de Brasília). Assim, a chance de que o ano termine em uma faixa de juros acima da atual, de 4,50% a 4,75%, passou de 77,8% para 92,3%, na mesma comparação.

O Credit Suisse comenta que há sinais preocupantes de pressão persistente sobre a inflação nos serviços, bem como uma recuperação indesejada nos preços dos principais bens. “Este relatório ainda é consistente com a desinflação constante este ano, mas sem um movimento decisivo para baixo, o Fed provavelmente permanecerá hawkish no curto prazo. Esperamos agora mais dois aumentos de 25 pontos nas reuniões de março e maio, antes de uma pausa em 5,0-5,25%”, analisa o banco. O Unicredit tem opinião semelhante:

“o Fed provavelmente verá o número de hoje como uma confirmação de sua avaliação de que a economia está nos estágios iniciais do que provavelmente será um processo de desinflação acidentado”.

Ademais, uma rodada de comentários de dirigentes do Fed também estiveram no radar: da distrital de Richmond, Tom Barkin, afirmou que o resultado do CPI indica que a inflação está normalizando, mas ainda está desacelerando “devagar”. De Nova York, John Williams, comentou que a inflação continua “alta demais”, apesar de ter moderado nos últimos meses. Já a presidente do Fed em Dallas, Lorie Logan, disse que o BC americano deve estar preparado para subir juros por um período mais longo do que o esperado. Patrick Harker, da Filadélfia, por sua vez, disse que o Fed deve continuar com aumentos de 25 pontos-base nos juros durante algum tempo, até atingir nível em que a política monetária consiga trazer a inflação de volta à meta.

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