O petróleo fechou em queda, frente ao temor de recessão nos Estados Unidos provocada pela expectativa de aumento mais agressivo no aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed), após comentários feitos pelo presidente da instituição, Jerome Powell, no Congresso americano. Investidores também monitoram sinais de demanda da China e oferta ainda resiliente do petróleo russo.
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Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril de 2023 fechou em queda de 1,18% (US$ 0,92), a US$ 76,66 o barril, enquanto o Brent para maio, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 0,76% (US$ 0,63), a US$ 82,66 o barril.
Mais cedo, o petróleo chegou a reduzir parte das perdas, após relatório do Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos apresentar queda inesperada, sinalizando aumento da demanda no país. O movimento, entretanto, não persistiu, diante de novas falas de Powell na Câmara dos Representantes, reafirmando a possibilidade de acelerar ritmo de altas de juros e elevar taxas terminais para controlar a inflação, se necessário.
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Analista da Oanda, Edward Moya acredita que até que o mercado “tenha uma ideia melhor sobre o tipo de recessão que será engatilhada pelo Fed”, a incerteza sobre a demanda do petróleo no curto prazo deve manter os preços pressionados. A Capital Economics projeta que a demanda de petróleo deve permanecer fraca a medida que as altas taxas de juros pesam sobre o crescimento econômico dos Estados Unidos.
Por outro lado, investidores monitoram sinais de demanda na China. Para a ANZ Research, apesar da queda no primeiro bimestre, as importações do petróleo devem aumentar em março, frente ao aperto na oferta global de produtos refinados a partir da commodity.
Também no radar, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Haitham al-Ghais, afirmou hoje que a produção de petróleo da Rússia tem sido “resiliente” e conseguido encontrar “novos destinos”, como China, Índia e Turquia.
Dados revisados pelo Wall Street Journal apontam que o boom de produção da commodity nos Estados Unidos – que tornou o país maior produtor mundial ao longo da última década – está diminuindo, sugerindo que “a era do crescimento do xisto” estaria se aproximando do seu pico e rendendo menos petróleo.
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*Com informações da Dow Jones Newswires