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- O fraco desempenho tem relação com o aumento da sinistralidade e das dificuldades da companhia em repassar a inflação
- Na avaliação de analistas, o investidor precisa ter cautela ao estar posicionado na companhia em virtude do cenário desafiador no curto prazo
As ações das companhias de saúde costumam ser vistas pelo mercado como pouco expostas às volatilidades do cenário econômico. No entanto, o desempenho das ações da Hapvida pode trazer algumas dúvidas ao investidor.
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Segundo dados do Broadcast, os papéis da operadora de saúde caminham para encerrar março com uma desvalorização de 37,6% no acumulado mensal. A queda, até o pregão desta quinta-feira (30), foi a maior do Ibovespa durante este mês.
As razões para esse fraco desempenho têm relação com o aumento da sinistralidade e com as dificuldades da companhia em repassar a inflação para os seus clientes. Veja os detalhes nesta reportagem. Apesar dos desafios no curto prazo, alguns analistas enxergam possibilidades de lucro, mas ressaltam que os retornos devem acontecer no longo prazo.
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“A Companhia tem capacidade para melhorar os seus indicadores operacionais e financeiros, com o avanço da sua base de clientes e o aumento do valor gerado na combinação de negócios com a Notre Dame Intermédica. Tais aspectos colocam o Hapvida em destaque em seu setor de atuação”, disseram Lucas Carvalho e Rodrigo Caetano, analistas da Toro Investimentos, em relatório publicado nesta quinta-feira (30).
O preço-alvo definido pela corretora para as ações da operadora de saúde ficou em R$ 4,90. Ou seja, na visão da Toro, o papel da empresa tem potencial de crescimento em torno de 75% ao comparar o valor com a cotação do papel no fechamento do pregão desta quinta-feira (30), R$ 2,80.
Já Rafael Barros e Raphael Elage, analistas da XP, também enxergam possibilidade de lucro com as ações da Hapvida por considerar o modelo de negócio da companhia sólido. Por outro lado, os especialistas reconhecem que o investidor precisa ter cautela ao se posicionar na companhia em virtude da sua atual situação financeira.
Vale lembrar que, na segunda-feira (27), a operadora vendeu dez imóveis para a Família Pinheiro, controladora da Hapvida, no valor de R$ 1,25 bilhão. A companhia também decidiu ao longo deste mês de março realizar uma oferta primária de ações para aumentar a liquidez e conseguir honrar com as suas dívidas.
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“O dinheiro que entrar pode cobrir confortavelmente obrigações financeiras de curto prazo de R$ 1,75 bilhão e pagamentos de arrendamento de R$ 116 milhões”, informaram Barros e Elage, da XP, que definiram um preço-alvo de R$ 3 para os papéis da Hapvida.
O BTG Pactual também possui recomendação de compra para o papel da companhia com um preço-alvo de R$ 7,50, enquanto a Ativa Investimentos possui recomendação neutra para as ações.