Publicidade

Mercado

Hapvida (HAPV3): por que as ações desabam 37% em março?

O mercado parece estar em dúvida sobre a capacidade da empresa de entregar bons resultados

Hapvida (HAPV3): por que as ações desabam 37% em março?
Fachada de uma unidade de atendimento da Hapvida (HAPV3), em Fortaleza (CE) (Foto: Rebeca Soares/repórter do E-Investidor)
O que este conteúdo fez por você?
  • Segundo dados do Broadcast, as ações da operadora de saúde caem 37,6% no acumulado de março. A desvalorização é a maior do Ibovespa durante o período
  • No entanto, a companhia tem buscado melhorar sua situação financeira

O mercado parece estar em dúvida sobre a capacidade da Hapvida (HAPV3) em entregar bons resultados nos próximos trimestres e mostrar eficiência operacional com a sua recente fusão com a NotreDame Intermédica. O receio pode ser visto na performance das ações que seguem com um desempenho bem abaixo do Ibovespa, principal índice da B3.

Segundo dados do Broadcast, as ações da operadora de saúde caem 37,6% no acumulado de março. A desvalorização é a maior do Ibovespa durante o período.

Mas o fraco desempenho também ganha destaque na Bolsa quando se olha para o retorno ao longo do ano. Neste intervalo de tempo, a queda chega a 45,6%, conquistando o “título” da segunda maior desvalorização do IBOV em 2023.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Para especialistas de mercado, o momento ruim da companhia na Bolsa de valores se justifica por dois fatores. O primeiro tem relação com a dificuldade da rede em repassar a inflação para os seus clientes, enquanto a segunda se deve ao aumento da sinistralidade (custos referentes ao uso dos serviços dos planos de saúde) que atingiu patamares elevados.

Segundo Pedro Serra, chefe de Análise da Ativa Investimentos, com o avanço da vacinação contra a covid-19, o fluxo de pessoas buscando atendimento em consultórios e hospitais aumentou. As cirurgias eletivas que estavam suspensas por causa da pandemia retornaram e ajudaram a pressionar as margens das operadoras de saúde.

“Começamos a perceber que houve uma mudança estrutural do setor. As pessoas passaram a ir mais ao médico e estão mais preocupadas com a saúde”, afirma Serra. O cenário macroeconômico desafiador também contribui para um ambiente menos favorável para as operadoras de saúde.

Com o aumento da inflação e do endividamento das famílias brasileiras, as empresas tiveram dificuldade de repassar a alta dos custos para os seus clientes. “A população está cada vez mais endividada e esse cenário está prejudicando as empresas como um todo”, diz Gustavo Cruz, Estrategista Chefe da RB Investimentos.

Publicidade

Vale ressaltar que a variação de preço para a compra de bens e serviços é diferente dos itens hospitalares. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), por exemplo, que mede a inflação padrão do país, segue em torno de 5,6% nos últimos 12 meses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o índice de Variação de Custos Médico Hospitalares (VCMH) registra uma alta de 23% durante o mesmo período, de acordo com os dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

“O mercado passou a ficar mais criterioso ao olhar os resultados trimestrais e ver se as recentes aquisições estavam fazendo sentido (para a Hapvida)”, acrescenta Cruz. No balanço da companhia no quarto trimestre do ano passado, a Hapvida (HAPV3) registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 316,7 milhões, revertendo o lucro de R$ 200,2 milhões reportado um ano antes.

Os resultados ruins foram os responsáveis pelo tombo de 32,7% nas ações no primeiro pregão de março. No entanto, a companhia tem buscado melhorar sua situação financeira. Nesta segunda-feira (27), a operadora vendeu dez imóveis para a Família Pinheiro, controladora da Hapvida, no valor de R$ 1,25 bilhão.

A medida deve aumentar a liquidez da empresa, mas não será suficiente para garantir uma recuperação efetiva do papel. Esta é a leitua de José Eduardo Daronco, analista da Suno Research. “O cenário é bem desafiador. Mesmo projetando uma elevação dos preços dos planos em mais de dois dígitos esse ano, não deve ser suficiente para fazer a sinistralidade retornar aos patamares normais”, afirma.

Publicidade

Com essa perspectiva, as dúvidas se as recentes quedas podem ser interpretadas como uma oportunidade de investimento permanecem entre os investidores. Na avaliação de alguns analistas, o papel pode ser interessante para quem tem visão de retornos no longo prazo. Veja os detalhes sobre a recomendação para as ações da Hapvida nesta reportagem.

Web Stories

Ver tudo
<
IPVA 2025: SP divulga datas de pagamento e descontos; confira
Pagamento de boleto via Pix: quando chega e como funciona a novidade?
3 receitas econômicas que vão salvar seu orçamento no fim do mês
Verão 2025: aqui está o segredo para viajar sem estourar o orçamento
Multa por dedo do meio? Descubra valor na nova punição por gestos obscenos ao volante
Quer gastar menos no açougue? Estas carnes são a solução
Passo a passo para saber se eu ganhei o sorteio da Nota Fiscal Paulista deste mês
Isenção do IR até R$ 5 mil pode aumentar seu salário; veja a partir de quando
15 doenças que dão direito a auxílio-doença e aposentadoria por invalidez
IPVA 2025: como saber se meu carro é isento?
Esqueça a picanha! Este é o corte econômico que está roubando a cena nos churrascos brasileiros
Vinhos: confira 5 espumantes “no precinho” para comemorar o ano-novo
>