- A revisão da carteira de investimentos deve ser feita periodicamente para adaptar a estratégia de acordo com as mudanças no mercado financeiro
- É preciso ter equilíbrio entre o risco e o retorno de longo prazo e evitar tomar decisões precipitadas
- O perfil de investidor não interfere no tempo de avaliação, mas os critérios vão variar de acordo com os perfis
O momento econômico atual exige que o investidor esteja sempre atento às mudanças no mercado financeiro e adapte sua estratégia de acordo com cada momento. Mas além de entender o que deve ser considerado no processo de decisão, é preciso saber com que frequências as reavaliações da carteira devem ser feitas.
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Em análises periódicas, é possível decidir pela alteração da alocação de ativos, aumento e ou pela redução da exposição a determinados setores. Para escolhas bem sucedidas, analistas apontam haver um ponto de equilíbrio entre não deixar os ativos sem acompanhamento e a realização de mudanças demasiadas que podem levar a decisões precipitadas.
De maneira geral, existem acompanhamentos que podem ser feitos de forma mensal, a cada três meses e, ainda, a cada um ano. Para cada período uma ação diferente é indicada, indo desde apenas uma consulta para observar os rendimentos a ajustes finos ou mesmo mudanças de estratégia mais expressivas.
Tempo x critérios
O perfil de investidor, seja ele conservador ou agressivo, não interfere sobre o tempo para avaliação. “Todas as carteiras precisam ser acompanhadas de perto, principalmente porque ao longo do tempo oportunidades pontuais e táticas de geração de valor para o patrimônio aparecem”, diz Mayara Ranni Sekertzis, head de fundos e previdência da Manchester Investimentos.
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Já os critérios de avaliação vão variar de acordo com os perfis, conforme explica o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Kamura. Ele sugere a avaliação em duas frentes: top down (de cima para baixo) e bootom up (de baixo para cima). A primeira verifica qual postura é mais adequada para o momento, se de aversão, neutro ou tomador de risco. A segunda busca as melhores opções de cada setor ou classe de ativos.
Durante essa avaliação, é importante considerar tanto a parte de renda fixa quanto a de renda variável, a fim de analisar o desempenho de cada ativo. No entanto, é preciso ter em mente que cada ativo possui um objetivo específico e deve ser avaliado de acordo com esse objetivo.
Revisão mensal
O acompanhamento mensal serve para ficar ciente de alterações de perspectivas para os seus e demais ativos disponíveis. “Nessas interações é possível verificar se houve alguma mudança no momento de vida ou eventos que demandem reavaliação da carteira por parte do cliente”, exemplifica o analista Bruno Kamura. No entanto, não é indicado realizar mudanças expressivas.
“Não podemos esquecer que a carteira mais rentável e saudável não é necessariamente a que ganha mais em todos os meses”, afirma Sekertzis. Para ela, como as melhores carteiras são aquelas pensadas no longo prazo, é preciso ter equilíbrio entre o risco e o retorno de longo prazo. “Qualquer decisão que tomamos avaliando um espaço curto de tempo, invariavelmente, refletirá em perdas desnecessárias”, diz.
Revisão trimestral
A análise trimestral também irá avaliar questões relacionadas ao cenário econômico. Nesse momento, a depender das conclusões, é indicado fazer correções de curso. “Deve avaliar se as posições atuais estão bem ajustadas para aproveitar as oportunidades da melhor forma possível. O mercado muda constantemente e balancear a parte defensiva com a parte de geração de valor é extremamente importante”, considera Sekertzis.
Revisão anual
Já as avaliações anuais são indicadas para fazer grandes atualizações, sendo o momento para possíveis vendas de ativos que estão com performance insatisfatória e sem perspectiva de retomada. Ainda, a depender do momento de atratividade entre renda fixa e variável, avaliando também as projeções, o investidor pode aumentar a exposição a uma determinada categoria.
Apesar de a rentabilidade ser o fator mais observado pelos investidores, é preciso entender características do mercado e se munir de outros critérios. O analista Kamura diz que a análise pode ser dividida entre aspectos quantitativos e qualitativos.
“Isto quer dizer que entendemos que os ativos são mais atraentes se possuem um bom histórico de rentabilidade. O qualitativo é a equipe, processos e etc., o que vale para fundos e empresas”, afirma Kamura. Uma boa performance no passado, apesar se não ser garantia de rendimentos futuros, dá maior confiança de que possa ser mantida no portfólio, ainda que o momento seja desafiador para o ativo em razão de uma crise econômica, por exemplo.
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