- Taxas de juros oferecidas por títulos prefixados e IPCA+ caíram mais de 1% desde a divulgação do arcabouço fiscal
- Nesse caso, comprar o título prefixado torna-se mais caro e quem comprou a juros maiores pode aproveitar a oportunidade para vender seu título a preços bem mais altos
- Entender para onde a taxa de juros vai é o passo mais importante para saber como alocar seus recursos da melhor maneira
Se você anda acompanhando o Tesouro Direto, deve ter visto que as taxas de juros oferecidas pelos títulos Prefixados e IPCA+ caíram bastante nos últimos dias.
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O título prefixado 2029 teve sua taxa indo de 13,50% para 12,50% em 30 dias.
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Essa queda se deu pela divulgação do novo arcabouço fiscal. A regra estabelece basicamente que as despesas de um ano só podem crescer 70% da alta das receitas do ano anterior.
O mercado entendeu que, embora essa regra não fosse suficiente para garantir a redução da nossa dívida, pelo menos ela seria suficiente para reduzir o nosso déficit primário ao longo dos anos.
Uma trajetória mais equilibrada de resultado já permite que em um futuro não muito distante o nosso Banco Central consiga promover um ciclo de queda nos juros e, portanto, as taxas que giravam em torno de 13,65% (nossa taxa Selic efetiva atual) já começaram a cair.
Quando as taxas de juros de títulos prefixados caem, esses títulos são reprecificados para refletir essa taxa menor. Assim, para um mesmo valor futuro pago pelo Tesouro no vencimento do título, o valor que eu tenho que pagar hoje sobe.
Para quem já é detentor do título isso significa uma valorização bem maior do que a taxa acordada.
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É dessa forma que podemos obter retornos de 10, 20, 30, 40 e até 50% com renda fixa!
Ela não parece tão fixa agora, não é mesmo?
Da mesma forma, quando as taxas desses títulos sobem, eles são reprecificados para baixo, refletindo o retorno maior. Quando isso acontece, o detentor desses títulos pode inclusive ter prejuízo caso decidam vender antes do vencimento.
Também é importante salientar que a economia é cíclica. Temos épocas de crescimento e épocas de crise. Momentos onde os juros estão altos e momentos de queda.
Esses ciclos econômicos acontecem periodicamente, e são os grandes responsáveis pelas alterações de juros.
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Os investidores profissionais estudam esses ciclos econômicos e se aproveitam das alterações de juros para hora estarem aplicados em prefixados, ganhando os retornos agressivos quando os juros caem, e hora vendidos no mesmo título se beneficiando das altas.
A compreensão dos ciclos não impacta apenas os títulos de renda fixa. Impacta também suas decisões cotidianas como fazer ou não um financiamento, investir ou não em um novo negócio ou gastar maios ou menos do seu salário.
Além disso, os ciclos de juros impactam diretamente nos preços de outros ativos como ações, fundos imobiliários, commodities, e muitos outros.
A taxa de juros é mãe de todos os ativos da economia. Entender para onde ela vai é a coisa mais importante a se fazer se você quer melhorar os retornos da sua carteira.
Se você quer entender mais sobre os ciclos econômicos e não sabe nem por onde começar, aqui vai uma dica: comece pelas atas do Copom. Entrando no site do Banco Central você vai encontrar esses documentos.
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Leia-os, compare com os anteriores. Eles são bem explicativos e educativos.