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- Brandão foi presidente da filial do banco HSBC entre 2012 e 2016
- Ele também trabalhou por 11 anos no Citibank em São Paulo e Nova York
- O executivo pode agilizar a venda de ativos do Banco do Brasil, que é uma das agendas prioritárias para a atual equipe econômica do governo
(Sandy Oliveira e Mateus Apud) – Com mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro, André Brandão é o nome escolhido para substituir Rubem Novaes na presidência do Banco do Brasil (BBAS3), o segundo maior banco de varejo do País em número de ativos.
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A preocupação dos investidores era com os impactos da escolha para a ação do BB. Como noticiado pelo E-Investidor, a saída de Novaes poderia ser benéfica para o investidor se a decisão não fosse política. Segundo especialistas, a escolha de Brandão para a presidência mostra que não deverá haver interferência na gestão do banco.
“Ele tem uma bagagem muito interessante e acredito que vai ter uma administração no BB como se fosse em um banco privado”, diz José Francisco Cataldo, head de research da Ágora Investimentos.
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“Entra um presidente que vem de um banco privado. Muito dessa experiência dele no HSBC vai contribuir na gestão do banco. É algo saudável e positivo para o BB”, concorda Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, ressaltando que Brandão é um nome relevante e respeitado, tanto no mercado local como no internacional.
Com isso, a escolha do novo presidente é vista com bons olhos e as ações se beneficiam. “O papel do BB sobe mais que seu concorrentes hoje impulsionado por essa notícia”, afirma Bertotti.
Até às 13h05 de segunda-feira (3), o Ibovespa tinha alta de 0,09%, aos 103.007,10 mil pontos, e o papel BBAS3 subia 3,13%, cotado a R$ 34,63. Enquanto isso, os papéis do Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) acumulavam baixa de 0,70% e 0,13%, respectivamente. As ações do Itaú (ITUB4) tinham variação positiva de 1,23%.
Venda de ativos
Segundo os especialistas, um dos principais pontos positivos de Brandão é seu posicionamento sobre a venda de ativos do BB, em sintonia com o governo. Neste contexto, Cataldo explica que a confirmação de Brandão na presidência do banco será favorável para as ações do banco. “Ele deve seguir essa linha de reajuste do BB, o que é algo positivo”, diz ele.
Eles pontuam que, embora a princípio a saída de Rubem Novaes tenha causado incertezas aos investidores, a troca da gestão será positiva para o Banco do Brasil e suas ações devem se valorizar. “Sai um presidente que estava desgastado e entra outro mais voltado à venda de ativos, que é prioridade do governo, e o mercado gosta”, afirma Bertotti, da Messem.
Quem é André Brandão
Entre 2012 e 2016, Brandão foi presidente da filial do HSBC, período em que o banco encerrou suas operações no varejo no País. No mesmo ano, o Bradesco comprou o HSBC por U$$ 5,2 bilhões (pouco mais de R$ 16,2 bilhões na época). O HSBC atua no Brasil apenas como banco de investimento – área chamada de “atacado” no jargão do mercado.
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Formado em ciência da computação pela Universidade Mackenzie, Brandão está desde 1999 no HSBC. Antes, trabalhou por 11 anos no Citibank em São Paulo e Nova York. Conforme o Estadão/Broadcast antecipou, apesar de não ser um “banqueiro de varejo raiz”, o executivo pode agilizar a venda de ativos do Banco do Brasil, que é uma das agendas prioritárias para a atual equipe econômica do governo.
No domingo (2), Jair Bolsonaro (sem partido) informou a nomeação do ex-presidente do HSBC Brasil, mas o presidente ainda deve conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para oficializar a escolha.
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